Mais uma celebração de Páscoa e com ela, infelizmente, mais abandono de coelhos. Muitos deles comprados por impulso nesta época, em sua maioria ofertados como presente para as crianças. Vale lembrar. Coelho não é brinquedo! Use os de pelúcia para decoração ou presentinho de Páscoa. Em 2015, fiz um post sobre o tema que repercuto alguns trechos já que o problema do abandono continua o mesmo.

DSC_0668 A coelha Gema que foi escolhida após análise de muitos critérios para ser de estimação

De acordo com a médica veterinária e criadora de mini-coelhos e coelhos anões, Emanuele Pfeiffer, a maioria dos clientes compra por mero impulso, por ser algo diferente. “Já recolhemos filhotes nas lixeiras, jogados em parques, dados a pessoas para abate, logo após a Páscoa, tudo por irresponsabilidade e descaso com a vida”, lembra.

A especialista recomenda que não sejam procurados coelhinhos baratinhos para enfeite. “Desses existem vários de pelúcia à venda. Se querem um coelhinho, tenham sim mas com responsabilidade amor e carinho. De preferência, que todos da família concordem em ter um orelhudo, amando e tratando como o novo integrante que exige cuidados adequados à espécie”, orienta.

SIGNIFICADO – O teólogo Luiz Alexandre Solano Rossi explica que a Páscoa traz à mente passagem. No Antigo Testamento tratava-se da libertação da violência do império para caminhar em direção à construção de uma nova sociedade de libertos e de celebração da vida. “Para os cristãos, se relaciona com a ressurreição de Jesus. Uma ressurreição que leva a pensar a vida no contraponto da morte, mas não somente a morte que é natural para cada um de nós e sim na ressurreição. A importância da ressurreição também reside na alegria do túmulo vazio. Jesus não é apenas um líder religioso. Trata-se do único que ressuscitou. Vence, portanto, as forças da morte e o próprio limite da história a fim de solidariamente viver em nós e por nós”, esclarece.

COELHOS E OVOS – De acordo com Rossi, desde o Egito antigo que o coelho é considerado símbolo da fertilidade por conta de sua capacidade de reprodução. Daí derivam os ovos que remetem ao novo ser que nascerá. O chocolate faz parte de uma história mais recente. “Muito possivelmente a associação de doces com a páscoa aconteça pelas conotações de satisfação derivada do consumo de açucares e, mais especificamente, para a satisfação das indústrias de chocolate”.