De acordo com o IBGE, mais da metade dos trabalhadores brasileiros são empregados através de pequenos negócios. O crescimento do desemprego e atual crise econômica instalada no país forçaram o investimento desses profissionais em novos negócios, algumas vezes muito arriscados por não haver experiência ou afinidade alguma com o setor. O especialista em turnaround, Flávio Ítavo, destaca abaixo cinco erros mais comuns gerados pelos “novos empresários”. Decisões erradas, excesso de confiança e ações precipitadas podem arruinar um negócio que está apenas começando. Confira as dicas abaixo:

ERRO 1 – O mais comum dos erros é acreditar que a empresa começará a operar e imediatamente gerará recursos para se manter e manter o investidor.

• Faça um planejamento financeiro básico, onde as vendas crescem de acordo com o possível e não de acordo com o desejado;

• Entenda que todo negócio tem um tempo de maturação antes de passar a gerar resultados para manter a si mesmo e mais algum tempo antes de gerar o suficiente para manter o investidor.

ERRO 2 – Como um complemento ao primeiro erro acima, há uma tendência a achar que o “investimento” a ser feito será apenas nas máquinas ou equipamentos e na preparação do ponto. Muitos empresários se preocupam com os valores, mas se esquecem de itens fundamentais como os primeiros salários, o primeiro aluguel, o primeiro estoque. Dificilmente a empresa terá recebido o suficiente de suas vendas para pagar essas primeiras dívidas.

• A dica é calcular o quanto será necessário de capital de giro. Esta conta é fácil mas alguns se confundem. Chame um amigo financeiro e peça ajuda. Sem entender o capital de giro, o negócio no Brasil terá muitas dificuldades.

• Tenha reserva para seu sustento pelo dobro do tempo em que você calculou que a empresa levará para te sustentar adequadamente.

ERRO 3 – Comece preparado para capacidade plena ou máxima de vendas. Se abrir um bar, projete que num momento em que tudo estiver indo bem, terá espaço para 30 mesas de 4 cadeiras cada.

• O segredo é começar pequeno e ir crescendo. Não compre as 30 mesas e 120 cadeiras de uma vez. Pense no número mínimo para que o negócio faça sentido, ou seja, 6 mesas com 24 cadeiras. Comece por aí. Quando estiver com fila na porta, vá ampliando aos poucos.

Erro 4 – Não planejar. Parece haver uma “alergia nacional” ao processo de planejamento. Ninguém gosta de planejar, primeiro porque é mesmo um exercício longo, nem sempre fácil e demanda muito trabalho. Por outro lado, há estatísticas que são muito motivadoras no sentido de incentivar quem faz algum tipo de planejamento.

• As chances de uma empresa com bom nível de planejamento sobreviver ao primeiro ano, chega a ser dez vezes maior que uma empresa de porte similar sem o procedimento de planejar.

ERRO 5 – Boa parte dos brasileiros que abrem novos negócios já foram ou ainda são funcionários de alguma empresa. A transição entre a postura de um funcionário e um empreendedor não é simples. As posturas em muitos aspectos podem ser similares, mas na maior parte das vezes é antagônica. O processo de transição pode ser um fator estressante que terá repercussões em sua maneira de gerir seu negócio.

• Há vários cursos que ajudam ex-funcionários a se tornarem em empreendedores. São pequenos investimentos que oferecem capacitação e ajuda, sempre fundamentais para o negócio. Empreendedor e empresa só têm a evoluir.

Sobre Flávio Ítavo – Executivo com experiência em empresas multinacionais e nacionais de grande porte de diferentes segmentos como Danone, Warner Lambert, Bunge Alimentos, Coty Inc, KPMG, Belsonno, Grupo Canopus e Grupo Niponsul, em posições de Gerência Geral e Diretoria Financeira, de Produção e Vendas, e em Turnaround de empresas como Avis Renta a Car e Cofibam, Flávio Ítavo especializou-se na recuperação de companhias e no redirecionamento para alavancar vendas e resultados. Ao longo de 30 anos, Flávio construiu uma carreira sólida como negociador, na criação de alianças, joint ventures, compra e venda de empresas, desenvolvedor de estratégias e táticas de sucesso, criador e iniciador de novos segmentos, produtos e mercados. Hoje, é um dos maiores especialistas em Turnaround, focando seus esforços na recuperação de grandes empresas e readequação aos novos tempos do mercado.