Polícia Civil-PR

Sete pessoas de uma quadrilha suspeita de sequestrar gerentes de bancos nos estados do Paraná e Santa Catarina foram presas pelo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), unidade de elite da Polícia Civil do Paraná, durante a “Operação Jaguar” – que contou com o apoio da Delegacia de Polícia Civil de Jaguariaíva. 

Os policiais apreenderam um fuzil, três pistolas, um revólver, farta munição, três coletes a prova de bala, quase R$ 250 mil em espécie, balaclavas, luvas, além de 3,8 quilos de crack. Duas motos e cinco carros comprados com o dinheiro roubado foram apreendidos e outros quatro veículos roubados e/ou furtados pela quadrilha para o cometimento dos sequestros foram recuperados.
      
A operação aconteceu em Curitiba, Matinhos, Ponta Grossa e Itajaí. Durante dois meses, os policiais do Tigre e da Delegacia de Jaguariaíva cumpriram sete mandados de prisão e outros 30 de busca e apreensão. Dois sequestros, um no Paraná e outro em Santa Catarina, foram impedidos graças à atuação dos policiais. 

A quadrilha era chefiada por um suposto ex-pastor evangélico, identificado como sendo responsável por pelo menos dois sequestros no Estado do Paraná. O primeiro ocorrido em 23 de maio deste ano, na cidade de Jaguariaíva e o segundo, em 10 de julho, na cidade de Matinhos, Litoral do Paraná.

A organização criminosa era extremamente especializada e segmentada. O modus operandi era sempre o mesmo: havia uma pessoa da cidade que era cooptada pela quadrilha para fazer o levantamento do local e da rotina do gerente do banco. Era ele que anotava rotas, dados familiares, horários, endereço da casa do gerente, bem como dados referentes a agência bancaria escolhida como alvo. Assim como propunha os caminhos a serem percorridos, locais de agrupamento dos membros da organização criminosa e para manutenção de reféns em cárcere privado, rotas de fuga e os pontos para que os veículos usados no crime fossem abandonados.
   
Outra parte da quadrilha era responsável por abordar o gerente do banco no período da noite e manter a família dele em cativeiro. Normalmente este grupo ficava na casa do gerente, mantendo ele e a família incomunicável durante toda a noite. Do lado de fora permaneciam os “seguranças” do bando que faziam a vigilância no entorno da casa das vitimas, devendo avisá-los se houver movimentação policial nas imediações.

Cabia ao chefe da quadrilha o papel mais importante. Normalmente ele chegava ao cativeiro horas depois da tomada dos reféns. Era ele que acompanhava o gerente até o banco, logo cedo, no dia seguinte à tomada de reféns. Os familiares só eram liberados depois que o gerente entrava na agência, pegava todo o dinheiro disponível e entregava ao líder da quadrilha.

A última célula da quadrilha tinha como atribuição o plano de fuga, pela garantia da guarda dos valores até serem divididos, da forma acordada previamente, bem como responsáveis pela guarda das armas do bando e pelos locais de encontro para planejamento dos crimes.