Gelson Bampi / Fiep

O empresário Edson Campagnolo, presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), afirmou nesta segunda-feira (21) que adotou uma postura republicana ao aderir a um movimento de empresários que pagou por outdoors em saudação à posse da governadora Cida Borghetti (PP) em abril. A ação gerou uma representação movida pelo partido AVANTE (ex-PTdoB) na Justiça Eleitoral. Entre os réus da representação está a Fiep, presidida por Campagnolo. Os presidentes das Federações do G7, grupo formado pelas maiores instituições do setor produtivo do Estado, se reuniram no fim de março e aprovaram por unanimidade a instalação dos outdoors de saudação à posse de Cida. 

“Na verdade, foi um movimento do G7, que foi convidado a uma manifestação de apoio. Eu fui contrário na primeira hora, mas como estava muito objetivo, que não era só a Fiep, que era o setor produtivo que estava dando boas-vindas a uma governadora, dentro dos moldes democráticos, eleita como vice-governadora, e agora no exercício da função, uma vez que o governador renunciou, percebo que em um Estado Republicano, onde a gente tem que ter boas práticas, essa é uma boa prática de transparência. Prefiro fazer assim, dizer que nós (eu) acompanhamos um movimento do que daqui a pouco ir lá ao Palácio (Iguaçu) e levar demandas que não são republicanas. Espero que a citação (pela Justiça) aconteça, mas não tenho dúvida que nosso departamento jurídico vai tratar isso com muita responsabilidade e caso haja algum tipo de perda cabe a nós respeitar a Justiça”, aponta.  
  
Filiado ao PRB, Campagnolo pretende fazer parte da base de apoio da pré-candidatura do deputado estadual Ratinho Junior (PSD). O empresário confirmou nesta segunda-feira (21) ao Bem Paraná que vai se desincompatibilizar do cargo na Fiep para que possa disputar as eleições. O nome dele é cotado a vice na chapa de Ratinho. 

“Como não vou fugir de responsabilidade e também não vou ser omisso, devo dizer que no período adequado vou me desincompatibilizar (do cargo de presidente da Fiep). Como o processo percorre alguns dias, alguns meses, a gente estará acompanhando. Mas para que se esteja habilitado para concorrer (à eleição), isso eu estarei fazendo. Com muita cautela, muita responsabilidade, e percebendo diante do setor produtivo industrial se isso é benéfico para nós”, confirma.

Segundo Campagnolo, outros nomes do setor se colocaram à disposição para compor a chapa com o PSD de Ratinho. “Pelo que eu ouvi aqui (na Fiep), não só a minha pessoa, mas outros se colocaram à disposição para concorrer no pleito deste ano, não só aqui no Paraná, mas no Brasil, a gente espera que haja uma chacoalhada e que a peneira seja bem estreita, para que esses corruptos que até agora estão por essas vias que a gente está combatendo aqui, qua não passem”, afirma. 

O empresário afirma que ainda precisa conversar melhor sobre a candidatura. “Isso (vice na chapa de Ratinho) é algo que ainda precisa ser melhor conversado, melhor dialogado. Acho importante que pessoas que estejam pensando diferente que os políticos atuais estejam se habilitando. Pode ser que meu nome seja preterido. Me coloco à disposição como um soldado. Até usando 'Isaias: eis-me aqui, Senhor”, cita.