Jefferson Rudy/Agência Senado

O jornal Valor Econômico apurou que o juiz federal Sergio Moro vai indicar em sua defesa em processo no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que o senador Roberto Requião (MDB-PR) deu origem a “fake news” sobre sua suposta estadia em Portugal enquanto despachava em processo contra a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último domingo.

“Sérgio Moro é juiz de 1ª instância, não de execução, está em férias em Portugal, não é parte no processo, nem do MP, portanto nada tem a ver com a determinação do desembargador federal. Cabe à Sergio Moro, em férias, tomar bom vinho e comer bacalhau”, escreveu o senador no Twitter.

A informação foi amplamente divulgada por líderes petistas, incluindo a presidente do PT, senadora paranaense Gleisi Hoffmann. A assessoria do juiz nega que ele tenha despachado de Portugal. "O juiz federal Sergio Moro está em férias de 2 a 31 de julho. Por ser citado como autoridade coatora no habeas corpus, ele entendeu possível despachar no processo”. “O juiz está em Curitiba”, diz a assessoria.

Sergio Moro costuma ser representado pela esposa, a advogada Rosângela Wolf Moro, nos processos contra ele no CNJ. Ele já respondeu a 38 representações (26 foram arquivada) desde o início da Operação Lava Jato. O juiz federal da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba informará ao CNJ que estava no Brasil, e não em Portugal, no domingo em que despachou no habeas corpus concedido ao ex-presidente Lula pelo desembargador Rogério Favreto, que respondia pelo plantão no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Moro não reconheceu a autoridade do desembargador no caso e se recusou a cumprir o mandado de soltura. 

O juiz, no entando, está de férias de 2 a 31 de julho. Ainda assim ele se manifestou sobre o habeas corpus concedido. 

Favreto, Moro e o relator da ação penal de Lula no tribunal, Gebran Neto, estão sendo investigados pelo CNJ em razão do imbróglio jurídico ocorrido no domingo após após pedido de habeas corpus impetrado por parlamentares do PT, que atuaram independentemente da equipe de defesa do ex-presidente. Os deputados Wadih Damous, Paulo Pimenta e Paulo Teixeira ajuizaram pedido de habeas corpus durante o plantão de Favreto, que foi filiado ao PT por quase 20 anos e ex-secretário de reforma do Judiciário no segundo governo Lula.