Franklin Freitas

Na saída do 2º Fórum Gestão Pública, promovido nesta sexta-feira (27) em Curitiba pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), o ex-senador Osmar Dias (PDT), pré-candidato ao governo, criticou a postura de entidades empresariais, como a própria Faciap, por envolvimento político.

Questionado sobre a preferência de integrantes do G7, grupo formado pelas maiores instituições do setor produtivo do Paraná, pela candidatura do deputado estadual Ratinho Junior (PSD) ao governo, Osmar disse que está aberto a discussões com os empresários, mas que as entidades devem tomar cuidado com envolvimento político. Representantes de parte das entidades empresariais do Estado concorrem à vaga de vice na chapa de Ratinho Junior.

“A Faciap, o G7, todos eles têm abertura para discutir comigo quando quiserem. Só que sou muito franco. Nós não podemos ser irresponsáveis em um momento em que as finanças do Estado estão combalidas. O Estado só cumpriu a lei de responsabilidade fiscal no ano passado porque antecipou R$ 2 bilhões de receita. Senão não teria cumprido. Se não vendesse as ações da Sanepar tinha explodido também o teto. Por esse caminho que a gente quer seguir? Então, os candidatos tem a liberdade de apoiar quem eles quiserem. Não recebi dos empresários nem apoio e nem desaforo. Se eles têm a opção deles… Aliás, eu nunca tinha visto entidade fazendo opção política. Primeira vez que vejo. Quero lembrar que o Sistema S tem recurso público. E quando tem recurso público tem que tomar cuidado”, afirma.

Com a coligação atual, entre os seis nomes cotados para vice na chapa de Ratinho Junior, um é do ex-presidente da Federação das Indústrias do Paraná, Edson Campagnolo (PRB), e outro do ex-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná, Darci Piana (PSD).

MDB está perto da vice, mas esbarra na aliança proporcional

Sobre sua chapa, Osmar admite que a principal pendência é o MDB, presidido pelo senador Roberto Requião, que já indicou nomes para vice do pedetista na eleição majoritária, mas ainda sofre resistência na chapa proporcional. Osmar confirma que o principal problema está na aliança vem dos pré-candidatos a deputados do PDT, que temem que os emedebistas acabem ficando com as vagas da chapa na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa.

“A coligação proporcional é sim um problema visto pelos pré-candidatos a deputados do nosso partido e o próprio presidente nacional do partido vê isso. Uma aliança não se fecha assim da noite para o dia. Se fosse fácil assim, o outro lado lá (Cida) estaria tudo certo. Mas eu vejo que a aliança que estava anunciada há um ano (Cida/Richa) está esbarrancando do outro lado. No meu caso não é matemática. No meu caso é conceitual, de programa, de proposta, de projeto. Do outro lado é matemática”, disse Osmar.

A vaga de vice na chapa do pedetista ainda não foi definida. Osmar confirma que um dos nomes sugeridos é do ex-secretário Luiz Fernando Delazari (MDB), assessor jurídico de Requião. “O MDB tem várias pessoas que foram indicadas. É que saiu na imprensa o nome de (Luiz Fernando) Delazari, mas tem outros nomes indicados. Antes de discutir quem será o vice tem que saber se vai ocorrer ou não a aliança”, afirma.

Apenas o SD confirmou apoio à chapa de Osmar até agora. O pedetista anda acompanhado de integrantes do Podemos, de seu irmão, senador Alvaro Dias, mas o partido ainda não confirmou apoio na chapa.