Agência Brasil/Arquivo

O deputado federal Rubens Bueno (PPS) disse ontem que a imagem do Brasil ficou arranhada com a prisão de Cesare Battisti na Bolívia. O ex-terrorista foi preso no último sábado (12) por policiais locais e da Itália, quando passeava em uma rua movimentada em Santa Cruz de La Sierra.

No Brasil desde 2004, Cesare Battisti fugiu do Brasil após a eleição do presidente Jair Bolsonaro, que prometeu extraditá-lo. “O Brasil passa por vexame internacional neste episódio.Demoraram muito tempo em decidir sobre essa questão. Só agora ele foi preso na Bolívia por policiais locais e italianos”, criticou.

Bueno preside o Grupo Parlamentar Brasil-Itália e é autor de pedido ao ex-presidente Michel Temer para extraditar Battisti “imediatamente” do país, depois da decretação da prisão, determinada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro passado.

Desde 2007, Bueno trabalha junto aos governos dos dois países para viabilizar o envio do criminoso de volta para a Itália, onde foi condenado à prisão perpétua por quatro homicídios na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, um braço da Brigadas Vermelhas.

O deputado ressaltou ainda que o ex-terrorista foi “protegido” pelos governos do PT por mais de quinze anos. Ele lembrou que na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o governo da Itália pediu a extradição de Battisti, que foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal. Contudo, no último dia do mandato, em dezembro de 2010, Lula decidiu pela permanência de Cesare no Brasil. O ato foi confirmado pela Suprema Corte.

“Mesmo que tardiamente, quase 40 anos depois dos crimes, a justiça se faz contra este terrorista que tirou vidas e se julgava herói de uma causa. Mais triste é saber que ele ficou por quase 15 anos no Brasil protegidos pelos governos petistas de Lula e Dilma”, disse Rubens Bueno.