Viola Junior / Câmara dos Deputados – Meurer: deputado teria recebido R$ 357 milhões de esquema de corrupção na Petrobras

A procuradora-geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal, prioridade para o julgamento da ação penal contra o deputado federal paranaense Nelson Meurer (PP), acusado pela operação Lava Jato de ter recebido R$ 357 milhões desviados de contratos da Petrobras pelo ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, entre 2006 e 2014, através doleiro Alberto Youssef. Segundo a PGR, Meurer teria sido um dos responsáveis pela manutenção de Costa no cargo com o objetivo de garantir a manutenção do esquema de corrupção que beneficiou o PP. Com ajuda de seus filhos, Nelson Meurer Júnior e Cristiano Augusto Meurer, ele teria recebido parte das vantagens indevidas, afirma a procuradoria.

 

No documento enviado ao ministro do STF, Celso de Mello, revisor do caso, que tem como relator Edson Fachin, Dodge alega "risco de ocorrência de prescrição retroativa", caso Meurer seja condenado à pena mínima de dois anos de reclusão em razão do crime de corrupção passiva. "Saliente-se que, tratando-se de réu que possui mais de 70 anos, na hipótese de sua condenação e de imposição da referida pena, o termo final da prescrição retroativa, quanto ao citado delito, será o dia 21 de junho de 2018, ou seja, dois anos da data do recebimento da denúncia”, afirma a procuradora.

Segundo a denúncia, a nomeação de Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras partiu de indicação do PP, articulada pelo ex-deputado federal José Janene (PP), morto em 2010. Também teriam participado da indicação os ex-deputados federais Pedro Correa e Pedro Henry, ambos do PP, e Nelson Meurer. Entre 2006 e 2014, Meurer e o partido teriam recebido mais de R$ 357 milhões em propina, alega o Ministério Público Federal.

De acordo com a denúncia, o dinheiro seria uma contrapartida pela viabilização do funcionamento de cartel de empreiteiras interessadas em contratos com a Petrobras através da Diretoria de Abastecimento estatal. Segundo a PGR, Meurer recebeu propina de várias formas: periódica, ordinária, episódica e extraordinária.