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O ex-governador Beto Richa (PSDB) alegou hoje, em sabatina à Gazeta do Povo, ser vítima de uma onda de "denuncismo" contra políticos, ao rebater as acusações do delator da operação Quadro Negro, Eduardo Lopes de Souza, dono da construtora Valor, sobre desvio de recursos de construção de escolas para caixa 2 de campanha. Ele também comentou o episódio da gravação envolvendo seu ex-chefe de gabinete, Deonilson Roldo, em uma conversa com um empreiteira do grupo Bertin, envolvendo o suposto favorecimento à Odebretch, na licitação das obras na rodovia PR-323.

No caso da "Quadro Negro", Richa reafirmou que foi ele o responsável pela investigação, e acusou o dono da Valor de ser um "criminoso" confesso, portanto, sem credibilidade para fazer acusações contra ele. “Eu jamais compactuaria com dinheiro desviado de obras, ainda mais de escolas. (…)Eu não conheço esse cidadão nem quero conhecer. É um criminoso”, afirmou o tucano, pré-candidato ao Senado. 

O ex-governador alegou ainda ter sido "traído" pelo ex-diretor-geral da Secretaria de Estado da Educação, Maurício Fanini, apontado pelo delator como o destinatário do dinheiro desviado das obras em escolas. “Ele traiu a minha confiança. Eu nunca tinha ouvido nada que desabonasse a sua conduta", argumentou. 

Sobre a gravação envolvendo Denilson Roldo, Richa afirmou ter pedido explicações ao seu ex-chefe de gabinete.  “Ele pediu um tempo para me explicar aquela conversa, as circunstâncias, porque houve. (…) Evidente que não gostei da gravação que ouvi”, disse.

O ex-governador argumentou ainda que o contrato com a Odebrecht foi suspenso por sua determinação. 

De acordo com Richa, a série de acusações surgidas contra ele após sua renúncia ao governo seria parte de uma onda de "denuncismo" no País. “É denuncismo em todo o Brasil e eu acabo sendo vítima disso. Estão querendo colocar todos os políticos em uma vala comum", alegou. 

O ex-governador reafirmou que pretende disputar o Senado, e sinalizou que já escalou o senador e provável candidato à reeleição, Roberto Requião (PMDB), como seu principal adversário na disputa. Richa desafiou Requião – que vem explorando as denúncias contra o tucano nas redes sociais e em entrevistas – para um debate público. "Quero enfrentar você Requião em um debate olho no olho", disse, acusando o peemedebista de se aproveitar "de forma oportunista dessas denúncias vazias" contra ele.