Franklin Freitas / Bem Paraná

O empresário Theodócio Jorge Atherino, conhecido como "Grego", amigo pessoal da família do ex-governador Beto Richa (PSDB), disse em depoimento aos promotores responsáveis pela Operação Quadro Negro que Richa não gostou quando soube que ele repassava dinheiro ao engenheiro Maurício Fanini, ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação, preso desde setembro do ano passado. A operação investiga fraudes em licitações para construção de escolas.

Mando de Richa

Fanini apresentou ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) proposta de delação premiada na qual afirma ter repassado para Atherino, a mando de Richa, parte do dinheiro de propina anteriormente arrecadada no esquema.

Mesada

Fanini afirma que, depois de ser demitido e com o avanço da investigação, ouviu do próprio governador que deveria pedir ajuda para Atherino. Segundo ele, Atherino pagou a ele uma espécie de mesada de até R$ 12 mil, para “tê-lo na mão”.

Em um dos pagamentos, segundo relato de Fanini , o genro de Atherino disse a ele para “ter calma” e “não fazer cagada”.

"Não gostou"

No depoimento obtido pelo correspondente da Revista Veja no Paraná, Guilherme Voitch, Grego confirma os repasses mensais ao engenheiro, mas diz que deu o dinheiro ao ex-diretor para que ele “ajeitasse a vida porque todos têm direito a uma segunda chance”.

Ele nega, no entanto, que tenha dado dinheiro a Fanini a mando do governador ou de alguma pessoa ligada a ele.

“Um dia comentei com o Ezequias [Moreira, ex-secretário de Cerimonial e Relações Internacionais do governo] e ele só me olhou. Depois encontrei o governador e ele falou que eu não devia ter ajudado. Ele não gostou que eu ajudei.” Leia a matéria completa

Outro lado

"Nota de esclarecimento
 
Mantenho integralmente as afirmações que fiz no último dia 5 de junho, por ocasião do vazamento criminoso da proposta de delação do sr. Maurício Fanini ao Ministério Público.
 
Não faço parte desta cena deplorável, onde criminosos confessos buscam envolver pessoas inocentes em crimes que somente eles praticaram. 
 
O que esse criminoso pretende? Ora, a resposta é muito simples! Pretende conseguir a redução da pena a que certamente será condenado pelos crimes cometidos e já confessados à Justiça.
 
Portanto, está mais do que explicado porque Fanini tenta delatar tudo e todos, sem, no entanto, apresentar quaisquer indícios de provas.
 
São acusações criminosas, com o objetivo de envolver terceiros, retirando o foco das fraudes por ele cometidas.
 
E para isso, mente descaradamente. Jamais pedi ou solicitei a ele qualquer favor ou atendimento a quem quer que seja.
 
Repito: é uma declaração criminosa, sem provas, que busca apenas confundir as pessoas. Espero que a Justiça apure e esclareça rapidamente essa questão, para que os culpados sejam punidos de forma exemplar.
 
Curitiba, 6 de julho de 2018.
 
Beto Richa
Presidente do PSDB-PR"