Wagner Araújo/TCE – Colégio Estadual Jardim Paulista

O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR) divulgou hoje nota em que diz repudiar "veementemente" as supostas pressões sofridas por profissionais da área do esquema investigado pela operação Quadro Negro, que apura desvio de recursos de obras de construção e reforma de escolas estaduais. Em depoimento à Justiça, o dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, afirmou que engenheiros que se recusavam a fraudar as medições das obras para garantir a liberação dos pagamentos eram afastados, enquanto outros que aceitavam colaborar com o esquema seriam promovidos. 

Segundo as investigações, R$ 20 milhões teriam sido desviados. Para receber os pagamentos, a construtora dependia da assinatura de engenheiros da Secretaria de Estado da Educação atestando o andamento das obras. Isso permitiu que a construtora recebesse os pagamentos sem ter realizado as obras. Segundo o delator, os engenheiros se recusavam assinar quando “viam que a coisa estava totalmente fora”. Nestes casos, o profissional era “trocado” até que alguém aceitasse assinar.

"Defensor da Justiça e da transparência, o Senge condena todo e qualquer ato ilícito, independentemente da profissão e da condição de prática. O Sindicato defende a probidade e a ética no exercício da engenharia e repudia toda e qualquer forma de pressão ou exposição dos profissionais de engenharia a condições de corrupção", aponta a nota. 

"O conteúdo da delação revela as condições de precarização e de assédio constante que engenheiros vivenciam em várias esferas do poder público. Desta forma, o Senge se solidariza aos profissionais que, em risco às suas carreiras, não compactuaram com as ações irregulares no acompanhamento dos contratos denunciados na Quadro Negro", afirma a entidade.