berço

Lendo colunas antigas sobre maternidade – mais do palco da vida, gente – só posso dizer ah….se eu soubesse então o que eu não sei hoje! Escrever dando dica de como fazer o bebê dormir, é, dona Helena? Se Nelson Rodrigues disse mesmo “jovens, envelheçam”, eu diria “casais que falam demais do filho (tipo nós), tenham o segundo filho…”

Tem gente que chama isso de “cuspir pra cima” (cai na cara). Pavonear-se de algo que fazemos “ó tão bem” e de repente… tudo errado.

Com minha primeira filha foi tão mil maravilhas essa coisa de dormir, que o segundo está aproveitando a brecha pra pedir colo de hora em hora. De madrugada. O pior mesmo não é isso, é que…nós damos! Que fim deram os livros que ensinam a fazer dormir, toda a oração a esse respeito, o que aconteceu com nossas vidas? Sério, eu dormia tão bem. Enfim, resta o desabafo de quem ainda está na tormenta mas sabe que um dia sairá dela. Não é possível que com 17 anos ele continue chorando à noite. Espero realmente que não.

Dá também para rir um pouco. Por exemplo, ao seguir a sugestão da psicóloga da escola: “se precisar durma você no berço dele, mas não leve para a sua cama”. Pois é, eu fiz isso. Baixei a grade, thcum pra dentro com ele no pescoço, meia hora pra desgrudar, e aí começa o contorcionismo digno de um Houldini saindo das algemas dentro de um tanque de água. Entrar foi fácil, mas quem disse que consigo sair do berço? Subitamente me senti no aeroporto de Tel Aviv, onde descobri que sair de Israel é muito mais difícil do que entrar, não me pergunte por quê.

Mas tudo bem. O bebê muda de hábitos como quem muda a fralda, então vamos esperar que logo venham mudanças noturnas para melhor!