Sagrado e profano co-existem no mundo, que não é apenas religioso. (Imagem: Pixabay)

A palavra secularização deriva do termo latino saeculum (século), que se refere às realidades temporais, ou seja, às realidades deste mundo, as quais também podemos denominar realidades profanas, ou ainda, dimensão mundana da vida. Em síntese, secularizar algo é suprimir sua condição de sacralidade.

Ela se refere de uma maneira geral, ao impacto da modernidade sobre a configuração tradicional das relações entre a religião e a sociedade. Esse abalroamento se dá em diversas esferas de relacionamento humano, como o social, o político, o intelectual e o simbólico, dentre outros. É válido observar que esse esbarro da modernidade com a religião, denominado secularização, tem conduzido as realidades humanas a um processo de laicização.

O que é algo laico?

Quando laicizadas, as diversas instituições sociais tornam-se autônomas, com ideologias, referências e regras próprias – sem a interferência da religião. Desse modo, uma sociedade em processo de secularização é uma sociedade na qual cada vez menos é a religião que determina a agregação cultural, a coersão e a identificação. Um país denominado “Estado Laico” é aquele onde não existe uma religião oficial e todos os seus cidadãos têm liberdade de culto. Este é o caso do Brasil, por exemplo.

Uma amostra de quando a religião sofreu influência da secularização é a história recente da Igreja Católica. À medida em que ela atravessou os séculos e assistiu à evolução do pensamento humano, acabou por presenciar a diminuição gradativa de seus fiéis. E, então, depois de um longo tempo declarando-se inimiga do mundo moderno, por meio do Concílio Vaticano II, entendeu a importância de se abrir à modernização e ao diálogo com a socidade, num movimento de abertura.

Por essa razão, é possível afirmar que a secularização não elimina a religião, mas a transforma e permite que transpasse a contemporaneidade mesmo em meio às suas interferências.

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Ana Beatriz Dias Pinto, é comentarista convidada do blog e nos traz reflexões sobre temas atuais e contextualizados sob a ótica do universo religioso, de maneira gratuíta e sem vínculo empregatício, oportunizando seu saber e experiência no tema de Teologia e Sociedade para alargar nossa compreensão do Sagrado e suas interseções.