Sair da pré-história digital e atualizar-se é o melhor caminho para não ser dominado pelas novas   gerações. Este é o ponto central da palestra“Educação 3.0 e Digiriatria. Seremos Todos Velhos Digitais?”, que o publicitário e doutor em Comunicação, Dado Schneider, ministrará durante a 20.ª EDUCAR.  Schneider viaja por todo o Brasil como palestrante trazendo à tona um tema polêmico e preocupante: a defasagem digital entre as gerações X, Y, e Z. Recentemente, ele batizou essa defasagem de “digiriatria” (“digi”, de digital, somado a “geriatria”).

Na entrevista a seguir Schneider explica que, teoricamente, as gerações X e Y podem se ajudar e aprender uma com a outra. Mas alerta para uma situação nova, a de uma geração mais nova (Y) ter muito a ensinar para uma mais velha (X), o que faz com que a mais velha se retraia e, a mais nova, não tenha paciência para ensinar.

Leia artigo de Dado Schneider Manifesto pela “Digiriatria”

A defasagem entre as gerações será um problema em um futuro próximo?
Já é um problema… O futuro próximo agravará o fosso de conhecimento que está se formando… Como quase tudo hoje pode ser aprendido em Google+ Youtube, se a geração mais velha não souber falar a linguagem da geração mais nova, ela tende a se tornar dispensável… Essa é a minha opinião: e sou muito contestado por isso.

Os que mais se adaptarem é que vão sobreviver? Por quê?
Porque sempre foi assim. Mas nunca tínhamos estado diante de uma ruptura comportamental tão forte. Fui do final da geração hippie e sinto que o fosso comportamental hoje, em função do mundo digital, é maior do que entre velhos e jovens nas décadas de 60 e 70.

Como se explica o cérebro digital dos pequenos que já nascem sabendo como manusear um tablet. Qual a sua avaliação disso?
Tenho dois “espécimes” destes em casa… Os neurocientistas já estão estudando eles. Tenho certeza que serão superdotados para os padrões de hoje. Mas, já que eles vão elevar este padrão, ser o que eles serão é o que será normal.

Qual o desafio dos professores neste contexto todo? O ensino-aprendizagem está comprometido se não incluir a tecnologia neste processo?
Sim, sem dúvida. Muitos professores fantásticos até sete anos atrás estão em apuros, hoje. Sim, a tecnologia é uma grande questão. Mas o maior desafio é falar a linguagem da nova geração. E isso é difícil para quem não convive com ela.

É possível lidar com naturalidade com tanto mudança tecnológica e diferença de maneiras de pensar em um mesmo espaço (sala de aula)?
É quase impossível. Mas todo professor deve ter a humildade de aprender TUDO o que há disponível em termos de método e equipamento para continuar sendo relevante dentro da sala de aula. Afinal, estamos vivendo uma revolução.

Sair da pré-história digital e atualizar-se é o melhor caminho para não ser dominado pela geração?
Esse é o tema de minha palestra e o ponto central do livro que estou escrevendo. Sim, para não dizer que somos “pré-históricos”, prefiro utilizar um termo que li no Twitter, não lembro de quem… Nós, os do século XX, não somos “nativos digitais”, como os jovens. Somos, alguns de nós, no máximo, “imigrantes”… E a vida de imigrante nunca é fácil, não importa a época.

Crédito da Notícia: jornalista Brisa Teixeira/parceira da Presença – Comunicação Educacional