Franklin de Freitas – “Ratinho Jr: independu00eancia”

O deputado estadual Ratinho Junior (PSD), que lidera uma bancada com 17 parlamentares do PSD e PSC, orientou seus aliados a votarem de forma independente na Assembleia Legislativa. Com isso, a governadora Cida Borghetti (PP) conseguirá manter maioria para aprovar projetos durante seus nove meses de governo. A postura oficial de Ratinho Jr, que chegou a votar contra a base neste mês, no projeto que concedeu nova gratificação a magistrados e integrantes do Ministéiro Público, dá tranquilidade ao governo. “Ainda não foi feita nenhuma reunião formal sobre o assunto. Com todos que tenho conversado a posição é de independência. Como é um governo transitório, (a orientação) é no sentido de ter uma independência como o bloco sempre teve. É melhor para o Paraná”, confirmou Ratinho.
Em discurso na Tribuna, o líder do governo na Assembleia, Pedro Lupion (DEM), agradeceu a postura dos deputados em não demonstrar resistência. “As poucas mensagens (projetos do governo) enviadas para cá foram aprovadas rapidamente. E é importante que o trabalho continue assim célere e que a gente possa cumprir os prazos”, disse.  Ao Bem Paraná, Lupion afirmou que esclareceu os pontos necessários com a bancada de Ratinho. “Hoje a gente teve uma boa conversa com eles e sempre reiterando que o governo é um governo de diálogo. Todos (os deputados liderados por Ratinho) eram da base do governador Beto Richa. Às vezes tem um ruído aqui, outro ali, mas a posição deles tem sido nesse sentido, a bancada do PSD ter uma postura de independênciaNão estamos perseguindo ninguém, não marcamos ninguém no caderninho”, garantiu. “Estamos tentando ao máximo deixar o período eleitoral começar no período eleitoral. Os requerimentos de informações de Ratinho tem sido aprovados, os encaminhamentos tem sido aprovados, vários deputados do PSD e PSC tem frequentado o governo, tem conversado comigo, então estamos em uma situação bem tranquila”, diz Lupion.
Prefeitos – A governadora Cida Borghetti tem recebido prefeitos (promete receber os 399) no Palácio Iguaçu desde que assumiu o governo. Deputados ligados a Ratinho disseram na semana passada que estavam sendo excluídos da base do governo e que os prefeitos ligados a eles estariam sendo assediados por Cida. Pedro Lupion garante que o problema foi resolvido.
“Um equívoco, um mal -entendido. Algumas ligações técnicas que foram feitas, entenderam que era para pressionar o prefeito. Me contaram uma história que não quis acreditar que era verdade. Na hora que eu soube que Marcio Nunes acabou fazendo aquele discurso e corri aqui para o Palácio, para a Casa Civil e pedi para parar qualquer tipo de contato que tivesse sido feito com os prefeitos ligados a esses deputados, para que a gente pudesse entender a situação”, contou ele. Lupion diz que uma ‘redistribuição de deputados representantes’ regionais seria estrategicamente equivocado. “Não cabe a nós do governo prejudicarmos um município se o deputado escolhido pelo prefeito não apoia a governadora”, disse.
Na prática, a reclamação que partiu do líder do PSD na Assembleia, Marcio Nunes, seria uma ação da Casa Civil em que ela pediria que cada prefeito indicasse um deputado que serviria de “representante” do município. Este participaria de inaugurações de obras e seria com ele que o governo trataria das demandas municipais. O governo nega.

Acordo ajuda deputados ‘desgarrados’ 

Uma resolução deve ser publicada hoje na Assembleia Legislativa para que os deputados que ficaram sozinhos ou não consigam formar blocos com seus partidos consigam encontrar novos blocos partidários e tenham como participar das atividades em grupo. Como 12 deputados trocaram de partido durante a janela partidária, alguns ficaram fora de blocos e isso tira direitos previstos no Regimento Interno da Casa, como a possibilidade de manifestação de liderança e fala na tribuna.  
Um exemplo é o PDT, que perdeu dois de seus deputados durante a janela. O deputado Marcio Paulik, migrou para o SD, e Fernando Scanavaca também saiu do PDT e mudou para o Podemos. O PDT ficou apenas com um deputado, Nelson Luersen. Como são necessários ao menos quatro deputados para formação de um bloco, a resolução aprovada em consenso pelos deputados da Casa vai permitir que Luersen encontre um bloco que seja formado partidos de forma mista. “Temos que dar oportunidade para ele para que depois de dez dias a partir da publicação dessa resolução para que ele possa compor um novo bloco. Se náo tiver quatro deputados não tem liderança, não tem espaço, não tem nada”, explicou Pedro Lupion. A formação dos novos blocos, já com o enquadramento dos “desgarrados” deve ser informada na semana que vem.
O presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), também anunciou ontem que não haverá redistribuição de integrantes das comissões temáticas da Casa. “Vamos ajustar um documento de acordo de lideranças onde todas as decisões em relação ao que foi instituído no passado permanecerão. Não haverá nenhuma mudança em relação às presidências dos blocos, preservando assim as mudanças partidárias. Os partidos farão, mesmo que haja alteração de blocos, as indicação mantendo os mesmos nomes. Serão recompostos os blocos, mas com os mesmos nomes que pertenciam anteriormente. Nada será alterado. Isso tudo acarretaria em mudanças de estrutura e isso não queremos fazer”, garantiu.