Resíduos limpos de persianas se transformaram em objetos com design exclusivo

O projeto “Eu já fui uma persiana”, lançado em Curitiba, é uma ideia  inovadora que une a necessidade de descarte consciente e a geração de renda para pessoas em vulnerabilidade social. A união foi perfeita: a empresária Claudia Semprebon de Figueiredo, queria dar uma destinação digna e adequada aos retalhos de tecidos que são gerados no processo produtivo das persianas. Já Andrea Koppe, presidente da Unilehu – Universidade Livre para a Eficiência Humana, promove oficinas de geração de renda para públicos em vulnerabilidade social. Dessa forma, resíduos limpos de persianas agora são transformados em variados objetos com design exclusivo. 

“A ideia inicial era confecção de ecobags para destinar parte da renda para projetos que atuassem na remoção de lixo dos oceanos”, explica Claudia. Mas o projeto foi além, com a criação da Linha ClaritáEco. Desenvolvida pelo designer Rafael Fagundes, uma completa linha upcycling ganha o Brasil. Vale dizer que upcycling não é reciclagem, mas sim, o reuso de material que não teria mais utilidade ou valor comercial, transformando-se em peças lindíssimas. “O nome foi escolhido com base no conceito do resíduo, já que as persianas servem para controlar a luminosidade dos ambientes. Depois de uma pesquisa etimológica, foi escolhida a palavra Claritá que, em latim, remete ao brilho. Foi incluída o sufixo eco no final para chamar a atenção para esse reaproveitamento de materiais como matéria-prima, ficando mais claro para o consumidor que os produtos da linha são sustentáveis do ponto de vista ecológico”, conta Claudia. 

A linha completa possui sete tipos de ecobags, quatro tipos de nécessaires, lancheiras e marmiteiros térmicos, kit ecobag hortifrúti, bolsa fitness, organizadores, embalagem para vinho e estojo. “O grande destaque da Linha ClaritáEco são as ecobags e pacotes de hortifrúti retornáveis – pois eles evitam o uso de sacolas e sacos plásticos, reduzindo fortemente a geração de lixo”, conta Claudia. Os produtos inicialmente estarão à venda na loja virtual da Supera e no showroom da fábrica e, em breve, em mais canais. No dia do evento de lançamento da linha, 100% do lucro dos produtos vendidos serão revertidos para ações da Unilehu. 

O valor de cada peça é muito maior que o custo que ele possui, afinal, são confeccionadas, em sua grande maioria, por pessoas em vulnerabilidade social – refugiados do Haiti e Venezuela. Há jovens em formação profissional, terceira idade e mulheres da comunidade que também participam deste grupo.