À medida que se aproxima o período de definições sobre o quadro eleitoral de 2010, crescem as tensões entre os concorrentes a uma vaga de candidato ao governo do Estado. Ontem foi a vez dos senadores irmãos Alvaro (PSDB) e Osmar Dias (PDT) trocarem – pela imprensa – posições divergentes sobre o processo decisório em torno de candidaturas e alianças na disputa.
Exclusão
Alvaro – que disputa com o prefeito de Curitiba, Beto Richa, a vaga de candidato tucano ao governo, vem apontando como principal argumento em seu favor o fato de que caso seja o escolhido, tiraria da disputa o irmão, que aparece nas pesquisas como o principal adversário do prefeito na eleição. A alegação é de que caso o PSDB o escolha, teria com Osmar um acordo para que o irmão retire-se da disputa.
Irreversível
Osmar rebateu ontem as declarações em nota publicada por Roseli Abrão (HoraH News), reafirmando que sua candidatura ao governo é “irreversível”, está “andando” e não será “qualquer fator” que irá “impedi-la”. “Se ele (Alvaro) afirma que não haverá disputa entre irmãos, o inverso também pode ser verdadeiro”, disse.
“Gordura” eleitoral
Na próxima quarta-feira, o vice-governador Orlando Pessuti (PMDB), viaja com a esposa Regina para Brasília, para participar do lançamento do PAC da Mobilidade Urbana da Copa de 2014. Na ocasião, o presidente Lula deve autorizar a liberação de R$ 177 milhões para o Paraná investir em obras de infraestrutura. Terminado o compromisso oficial, Pessutão e a esposa vão para um SPA em Osasco, onde devem permanecer por aproximadamente dez dias. A ideia do vice é perder peso para encarar a corrida eleitoral de outubro.
Resposta
O governador Requião (PMDB) teria ficado irritado com as críticas sobre a falta de capacidade de investimento do Estado, e aos problemas nos setores de saúde, segurança pública e na área social feitas pelo senador Osmar Dias (PDT), em entrevista publicada pelo Jornal do Estado no início do ano. Por conta disso, teria escalado os secretários Luiz Fernando Delazari (Segurança), Gilberto Martins (Saúde), entre outros, a apresentarem respostas na “escolinha” de hoje.
Contraditório
A atitude de Requião demonstra como o peemedebista não sabe conviver com as críticas e o contraditório. Afinal, o que ele esperava de um candidato do oposição ao governo? Somente elogios? Na entrevista ao JE, Osmar foi, inclusive, bastante comedido nas críticas, buscando sempre evitar qualquer caráter de ataque pessoal, e priorizando um diagnóstico feito com base nos estudos e sugestões colhidos por ele ao longo das reuniões do projeto Paraná, com o objetivo de estabelecer as prioridades de um futuro plano de governo. Mesmo assim, o governador – praticante contumaz do auto-elogio e acostumado às palminhas dos comissionados – não admite qualquer tipo de contestação, mesmo vindo de um adversário político.
Celular
A guerra de informação entre o vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) e o vereador professor Galdino (PSDB) continua. No final de semana, Pessuti deu nova versão à denúncia de Galdino de que ele teria gasto R$ 5 mil em conta de celular paga pelo Estado em um evento sobre a Copa do Mundo de 2014, nas Bahamas. Segundo essa versão, teria havido uma pane nos serviços de celular internacional, obrigando-o a utilizar os serviços de telefonia do hotel.
Conta
Galdino reafirmou as acusações, baseadas em relatório da Vivo publicado no site Gestão do Dinheiro Público, do próprio governo. E cobrando do vice-governador a apresentação dos documentos oficiais, como notas fiscais do serviço. O vereador anunciou ainda a intenção de encaminhar pedido de esclarecimentos ao Tribunal de Contas, e denúncia formal ao Ministério Público.
Aloprado
A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) engrossou ontem o côro de críticas ao Programa Nacional de Direitos Humanos baixado por decreto do presidente Lula no final do ano passado. Classificando o documento de “um decreto aloprado”, o presidente da FAEP, Ágide Meneguetti, acusa o governo de elaborar “o mais completo rebotalho de intenções autoritárias da história recente do país”, tentando entre outros pontos, “reabrir a anistia concedida em 1979, censura à imprensa, prevê o casamento gay, o aborto, regulamenta a profissão de prostituta incorpora sindicatos e centrais sindicais nos processos de licenciamento ambiental e muda as regras de reintegração de posse em invasões agrárias”.
Invasões
O dirigente da entidade ataca especialmente o item do programa que trata das invasões de terra, e prevê a instalação de audiências públicas com a participação dos invasores antes do pronunciamento da Justiça. “Invasão é crime e é assim que deve ser tratada”, diz Meneguetti, declarando-se inconformado com o “absurdo conteúdo do decreto”.
Pregão
A Corregedoria Geral do Tribunal de Contas do Estado (TCE) recebeu, na tarde de ontem, documento que pode causar a nulidade do pregão eletrônico realizado pela Prefeitura de São José dos Pinhais para a prestação de serviços de “conversão do acervo físico para eletrônico e película filmográfica e implantação de segurança da informação física e eletrônica”. A empresa vencedora do certame – Sinax Integração e Gestão de Processos – não é, segundo o Ministério da Justiça, “autorizada a operar com serviços de microfilmagem”. Para poder transformar os documentos oficiais da Prefeitura, a empresa contratada deve ter registro no Ministério sob o risco do município perder a legalidade de todos os seus documentos oficiais. Além desta irregularidade, a empresa que foi homologada como vencedora apresentou preço R$ 400 mil maior que a 2ª colocada que teria os requisitos para assumir o serviço.
- O Tribunal de Contas do Estado (TCE) está investindo R$ 6,7 milhões na ampliação e atualização da estrutura de tecnologia da informação (TI). Os recursos, direcionados para a aquisição de equipamento (hardware e software) e capacitação de pessoal, atendem às diretrizes do Programa TCE Digital. O objetivo do programa é eliminar o uso de papel no órgão, promovendo a agilização dos trâmites internos e a redução de custos.