Dois dias depois do governador Requião ter lançado os novos ataques ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a Executiva Estadual do PT divulgou ontem nota oficial repudiando as declarações do peemedebista. A reação, além de tardia, foi pífia. O partido acusa Requião de insinuações e afirmações falsas, e comportamento “inadequado, injusto e desrespeitoso”. Mas nada fala sobre a continuidade de sua participação no governo, onde ocupa cargos de primeiro, segundo e terceiros escalões, o que compromete a credibilidade da resposta da legenda. Afinal, ao continuar no governo mesmo diante das graves acusações contra uma de suas principais lideranças, o partido avaliza tacitamente as atitudes de Requião.


Vingança
Nos bastidores, o comentário é que o grupo de Bernardo estaria preparando uma bomba contra o governo Requião, em resposta aos ataques do governador contra o ministro. A resposta passaria por uma auditoria no Porto de Paranaguá, que sob o comando do irmão do governador, Eduardo Requião, acumula histórias cabeludas, que dariam farta munição para os desafetos do peemedebista.


Traíras
Pelo twitter, Requião prometeu caçar os traidores que o cercam no governo. “Perto da minha desincompatibilização, acumulam-se traições. Substituirei os traíras por leais galinhas da angola, decentes e fiéis”, afirmou na noite de ontem.


Justus fica
Citado pelo próprio prefeito Beto Richa (PSDB) como potencial candidato à vice-governador em uma chapa liderada pelo tucano, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Nelson Justus (DEM), garantiu que não tem nenhum interesse na vaga. Justus afirma que é candidato à reeleição para a Assembleia, e deixou claro que pretende também continuar também na Presidência da Casa a partir do ano que vem. Até porque enquanto no Legislativo ele continuaria em uma posição de comando, no governo, como vice, seria apenas coadjuvante.


Caminho aberto
O líder do governo Requião na Assembleia, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), já não tenta nem disfarçar mais seu empenho em rifar a pré-candidatura do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) ao governo, em favor de uma aliança com os tucanos de Beto Richa. Romanelli confirmou que a decisão do PSDB de antecipar a indicação do prefeito facilita, e muito, o andamento das conversas entre os dois partidos. Que só dependem de uma questão de tempo para chegar a um acordo final.


Suspeição
O PMDB de Curitiba entrou com recurso na 8ª Vara Cível da Capital pedindo a “exceção de suspeição” do juiz José Roberto Pinto Junior. Ele acatou ação do deputado estadual Reinhold Stephanes Júnior, que anulou a convenção municipal que reelegeu Doático Santos para a presidência do Diretório Municipal do partido, determinando nova eleição. O grupo de Doático alega que Stephanes Júnior teria pedido a formação de uma comissão provisória antes mesmo do resultado do julgamento dos recursos. E que o próprio deputado teria afirmado que o juiz era seu amigo.


Legenda
Para Doático, as declarações de Stephanes Júnior configuram tráfico de influência e quebra de decoro parlamentar. Segundo ele, com base nisso, o partido pode deixar Stephanes Júnior sem legenda para buscar novo mandato nas eleições de outubro.


Critério
Enquanto o presidente estadual do PPS, Rubens Bueno, faz o discurso de defesa da unidade da “grande aliança”, o presidente da Urbs, Marcos Isfer, deixou claro que com o racha entre Beto Richa e Osmar Dias (PDT), não tem dúvida, o partido deve ficar com o prefeito. Isfer alega que o grupo já tinha definido como um dos critérios de escolha o desempenho dos pré-candidatos nas pesquisas. E que Richa está melhor posicionado que Osmar na preferência do eleitorado.


Pior para Serra
As últimas pesquisas de intenção de voto apontam o candidato José Serra (PSDB) estacionando nos números da corrida presidencial. Os internautas, que respondem à consulta da Rede de Participação Política nesta semana, por meio do endereço www.rededeparticipacaopolitica.org.br, veem na crise envolvendo os políticos Democratas, como a cassação de mandato do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e a crise envolvendo Arruda, no Distrito Federal, uma ótima oportunidade para o crescimento da ministra Dilma Rousseff no pleito.



Parabólica
A Justiça do Paraná considerou ilegal a aplicação da capitalização dos juros – juros, juros sobre juros, correção monetária, honorários advocatícios – sobre uma dívida do governo do estado com a  Empreiteira C.R. Almeida relativa à construção, em 1968, de um trecho da ferrovia Central do Paraná.  A decisão foi unânime.


Em alta
O secretário municipal de Finanças, Luiz Eduardo da Veiga Sebastiani, participará hoje de audiência pública para prestação de contas de 2009 da Prefeitura de Curitiba. A prestação de contas a cada quadrimestre é uma determinação da Lei de Responsabilidade Fiscal.


Em baixa
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) bloqueou, em fevereiro, o pagamento de Bolsa-Família  de 27.592 famílias no Paraná, por falta de atualização cadastral. No país, o corte foi de 709.904 beneficiários com dados desatualizados