Geraldo Bubniak/AN-PR – Imagem ilustrativa

Não precisa ser especialista pra dizer: no frio a gente gasta mais sim. Porque no frio, a gente come mais, e pra comer mais, a gente usa mais o gás. E pra se esquentar, a gente usa mais gás e mais energia para aquecedor, chuveiro, ar-condicionado. É quase um ciclo vicioso. Mas na dúvida, consultamos um especialista para saber se os gastos realmente aumentam nesse período. “Nos meses de junho e julho, por exemplo, que está mais frio, esse aumento no consumo chega a 80%. Em uma casa com aquecedor à gás, por exemplo, o que acontece é que com o frio, a temperatura da água também fica mais baixa, cerca de 7°C, enquanto no verão, esse valor é de uma média de 20°C. O que significa que é preciso mais combustão para elevar a temperatura, e, consequentemente, maior consumo de gás”, explica Marcelo Medeiros, gerente de operações da Gaslog, empresa que faz distribuição de GLP para condomínios em Curitiba e que sente na prática o aumento do consumo de gás nos lares e escritórios.

Ou seja, não é só achismo. Para ajudar, a crise energética e o preço do gás vêm tendo consequentes aumentos nos últimos anos. Para se ter uma ideia, o gás de cozinha subiu 23,2% entre março de 2021 a março de 2022. A energia elétrica somente voltou à bandeira verde em abril, mas a Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, acabou de anunciar um reajuste de até 64% no valor das cobranças extras para o período de 2022/2023, o que significa que se passarmos por mais um período de escassez hídrica, a conta de luz vai ficar pesada. E no inverno, isso significa muitas vezes um rombo no orçamento de famílias e micro e pequenos empreendedores.

Mas, dá pra gastar menos?

Economizar é verbo presente na vida de todo mundo, sobretudo nos últimos anos enfrentando pandemia, uma economia desregulada, os preços nas alturas. Não está fácil pra ninguém. Por isso, pensar em alternativas que ajudem pelo menos a não gastar mais já ajuda e muito. Foi isso que fez Diego Fernando de Souza, gerente da churrascaria La Ventura em Curitiba, que resolveu apostar na geração distribuída de energia para tentar economizar. “Para se ter uma ideia, o consumo de luz no nosso restaurante chega a 9 mil por mês. Esse é um valor muito difícil para manter mensalmente com a realidade que temos atualmente. Com esse modelo a gente consegue reduzir uma média de R$ 1 mil, que faz uma diferença para a gente”, conta ele.

A geração distribuída é uma modalidade autorizada pela Aneel desde 2012, mas que teve seu marco regulatório sancionado através da Lei n.14.300 aprovada em janeiro de 2022 e que regula o mercado de micro e minigeração de energia. Na prática, são oferecidas modalidades sustentáveis de captação e geração de energia, geradas através de fontes renováveis como a solar, a eólica, de biomassa, hidrelétricas, entre outras. “Existem muitas modalidades, uma das mais conhecidas é aquela gerada por painéis solares, mas essa é uma opção que ainda exige um investimento alto, e isso nem sempre é possível. Para isso, existe também a modalidade de geração compartilhada, em que consumidores podem se reunir em cooperativas e, desta forma, aderir à Geração Distribuída e garantir a compensação de até 20% do valor da fatura de luz”, explica Miguel Segundo, CEO da Gedisa, empresa que oferece gestão de geração distribuída no Sul do país e atende o Diego na churrascaria de Curitiba.

Para finalizar, é importante, sempre estar sempre atento aos serviços prestados pela distribuidora de gás, principalmente quando se fala de dimensionamento, uma vez que um mau dimensionamento pode trazer desperdício e consequentemente, gastos desnecessários. Com isso, e com o uso da geração distribuída é possível obter mais economia em dois serviços básicos e que durante a temporada de frio possuem um consumo mais elevado.