FELIPE GUTIERREZ BUENOS AIRES, ARGENTINA – Diferentemente do que afirmou a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, a empresa gráfica Donnelley, que pediu falência neste mês, não será processada por terrorismo, mas por delitos econômicos. A Donnelley é uma empresa com sede nos EUA e tinha uma indústria na Argentina. Mas neste mês o diretor-executivo decidiu pedir falência. No comunicado da Donnelley, afirma-se que o negócio na Argentina não é solvente e que “tomou a decisão de pedir a falência de maneira independente”.

Durante um ato na semana passada, a presidente Cristina Kirchner afirmou que a empresa seria processada pela lei antiterrorismo. Mas o presidente da comissão de valores do país afirmou que, na verdade, houve um mal entendido. “A denúncia vai ser pela lei contra os delitos econômicos e financeiros. Como essa lei foi sancionada em conjunto com a lei antiterrorista, se estabeleceu essa confusão”, disse à reportagem Alejandro Vanoli, presidente da comissão de valores. Cristina Kirchner havia dito que seria a primeira vez que a lei antiterrorismo seria posta em prática, e citou alguns artigos do código penal.

Vanoli afirma que os artigos mencionados não se referem à lei antiterrorismo, mas à lei contra delitos econômicos. Vanoli explicou que a comissão de valores espera documentos sobre a situação fiscal para seguir com a ação. E que, como a gráfica tem ações nos EUA, irá entrar com um pedido de processo no órgão norte-americano, a SEC. A presidente Argentina também afirmou que a Donnelley tinha vínculos com o fundo NML, que está em litígio com o país.

A relação seria que o NML já fez negócios com o fundo BlackRock que é dono de uma parte da gráfica. “Nós não temos nenhuma relação com a situação atual causada pelos credores da Argentina”, está escrito no comunicado da Donnelley.