Imagens divulgadas pelo Escritório de Investigações e Análises para a Aviação Civil (BEA) nesta sexta-feira (27) mostram que, na madrugada de 1.º de junho de 2009, outros quatro aviões que passavam pela mesma zona de turbulência enfrentada pelo voo AF 447 da Air France conseguiram desviar do ponto mais crítico da formação de nuvens de grande extensão – as chamadas cumulus nimbus. Foi ao passar no meio dela que, em meio a uma forte tempestade, o Airbus A330 caiu com 228 pessoas a bordo.

Alguns detalhes do voo foram relevados nesta sexta-feira, com a divulgação de ddos das caixas-pretas do voo. Segundo o áudio recuperado, um dos três pilotos do voo 447 disse “não estou entendendo mais nada” durante a perda de controle do avião Airbus.

Segundo Jean-Paul Troadec, diretor do Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês), as investigações vão se concentrar nas diferentes ações dos pilotos diante do problema da perda das indicações de velocidade do avião, causada pelo congelamento dos sensores, chamados tubos pitot.

O BEA acredita que os sensores de velocidade, que ficam na parte externa do avião, tenham ficado entupidos por cristais de gelo formados em alta altitude. “Vamos investigar qual foi o treinamento individual dos pilotos e quais procedimentos de emergência relativos a problemas nos sensores de velocidades foram aplicados”, afirma Troadec.

Um relatório feito por especialistas, a pedido da Justiça francesa, aponta que a tripulação da Air France não estaria bem preparada para enfrentar o problema de congelamento dos sensores de velocidade em alta altitude, por falta de formação e de treino. Foi com base no relatório desses especialistas, de março passado, que a Justiça francesa indiciou a Airbus e a Air France por homicídio culposo. Troadec afirma que um relatório preliminar sobre as causas do acidente será divulgado no final de julho.