Lucas Figueiredo/CBF

Os jogadores da seleção brasileira chegaram a Doha, no Catar, às 23h58 do horário local, nos braços da torcida. No fim da noite deste domingo, ao menos 1.500 torcedores, entre brasileiros e fãs de outras nacionalidades, sobretudo indianos, receberam a delegação, que pousou no aeroporto às 23h.

O ônibus entrou no Westin Doha Hotel cerca de uma hora depois com festa, músicas de pagode, samba e cantos de apoio criados pelos fundadores do Movimento Verde Amarelo, espécie de torcida organizada que acompanha a seleção brasileira desde a Copa do Mundo da África do Sul, em 2010.

Até mesmo drones, cujos donos não se identificaram, assistiram à festa de cima. Nos muros e em cima de um telhado também havia torcedores no aguardo da seleção.

Muitos imigrantes que trabalham e mora no Catar foram na portal do hotel e participaram da festa, no aguardo de Neymar e companhia. Havia principalmente indianos que se sentem representados pela seleção brasileira e torcem pela equipe pentacampeã. Eles fizeram uma aliança com a torcida brasileira.

Havia bandeiras, instrumentos, faixas alusivas à seleção e até um totem de Neymar. Dois vendedores ambulantes marroquinos aproveitaram a ocasião e comercializaram bandeiras do Brasil por 20 rial (em torno de R$ 30). “Sou fã da seleção brasileira. Estava há meses esperando”, disse Mohamed Rafik, um dos dois marroquinos.

A celebração se dividiu minutos antes de a delegação surgir. Extremamente empolgados, os indianos batucavam em um ritmo diferente, o que fez a torcida brasileira procurar outro canto, do lado direito do muro, para continuar a festa à maneira deles. “Os indianos amam tanto a gente que até incomodam. Estava uma muvuca muito grande. Era um outro ritmo”, relatou um membro do Movimento Verde e Amarelo.

Havia também fãs da seleção que foram tentar ver os jogadores, mas preferiram manter uma distância segura da festa de recepção. “Se eu for lá vai dar problema”, disse o indiano Syed Thangals, que usava camisa e chapéu da seleção Argentina. “Se houver uma final entre Brasil e Argentina, vou de camisa da Argentina e calça do Brasil. Mas vou torcer pra Argentina.”

O amigo dele, Shamseer bin Ameer, era uma miscelânea de cores. A peruca era verde e amarela, a camisa era da seleção belga – carrasco do Brasil na Copa do Mundo da Rússia -, e bandeira que segurava era do Catar. Para ele, o que importa é bom futebol. “Sou fã de Messi e Neymar.”