A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) apresentou nesta segunda-feira o novo técnico da seleção, Luis de la Fuente, que assumiu o posto de Luis Enrique logo após a queda da Espanha na Copa do Mundo, nos pênaltis, diante do Marrocos. Confiante, o treinador afirmou, logo no primeiro contato com os jornalistas, estar pronto para o cargo.

“Com toda a humildade e honestidade, se há alguém que conhece o futuro do futebol espanhol, sou eu. Fui jogador profissional há muitos anos. Já fui treinador e representante da primeira divisão. Trabalho para a federação há 15 anos, onde pude estar em competições europeias, mundiais e olímpicas. Dezesseis dos 26 jogadores que representaram a Espanha na Copa do Mundo passaram por minhas mãos. Se com tudo isso você ainda acha que tenho pouca experiência… Respeito isso porque existem opiniões para todos os gostos. Mas são estas as credenciais para assumir a seleção nacional”, disse o treinador.

Apesar de ter trabalhado muitos anos com as categorias de base da Espanha, sendo medalhista de prata na Olimpíada de Tóquio, no ano passado, o treinador não fechou as portas para os veteranos, principalmente a Busquets, que foi titular com Luis Enrique, e Sérgio Ramos, que não chegou a ser convocado para a Copa do Mundo.

“Sempre trabalhei com limite de idade, agora tenho a possibilidade de escolher quem eu quiser, por isso não fecho a porta a ninguém. Sou um grande fã dos veteranos que nos deram tantas alegrias no passado. Eu não fecho portas. Fico feliz que Busquets queira continuar, é a história viva do futebol, não no passado, mas no presente e no futuro, porque acho que ele ainda tem muito a dar ao futebol espanhol. Sérgio Ramos tem as portas abertas também, não as fecho para ele”, completou.

O treinador apontou com quem espera contar na seleção da Espanha. “Para estar na seleção tem que ter qualidade e outro rendimento, vamos avaliar a todo momento. Isso não tem nada a ver com clube, aqui um dia ruim te manda para casa, então nosso trabalho é levar os jogadores e para esse jogo em particular os jogadores que são melhores”, reforçou.

LUIS ENRIQUE
Luis Rubiales, presidente da RFEF, explicou sobre a saída de Luis Enrique, que pegou muita gente de surpresa. Era esperada uma reunião para definir se o treinador continuaria à frente da seleção, o que não ocorreu.

“Comunicamos a Luis Enrique na quinta-feira que íamos iniciar um novo projeto. Foi feito em clima de carinho e gratidão. Quero mandar um grande abraço. Já vivemos momentos felizes e momentos mais difíceis. Naquela mesma manhã fechamos a confirmação, embora seja assinada em 1º de janeiro”, disse Rubiales.

Apesar da mudança rápida na comissão técnica, La Fuente afirmou ter recebido uma mensagem de Luis Enrique. “Quero agradecer sinceramente à RFEF por toda a confiança para realizar meu trabalho. Quero ter o reconhecimento do valor que Luis Enrique fez e seu tratamento comigo. Obrigado a Molina e Francis por toda a confiança, apoio e tranquilidade para fazer o meu trabalho”, destacou.

MUDANÇA NA FEDERAÇÃO
A Real Federação Espanhola de Futebol optou por mudar também o diretor da seleção. Molina deixou o cargo para a entrada de Albert Luque. “Quero mostrar a Molina minha eterna gratidão. Você fez um trabalho de 10. Com lealdade, dando destaque a quem realmente tem, que é o treinador e os jogadores de futebol. Acho que não há ninguém na RFEF que não goste de você – Albert Luque é uma pessoa muito preparada, que conhece o futebol e é muito corajoso. Ele chega em uma posição diferente da de Molina. Ele vai ser o diretor da seleção absoluta. Luque também será o chefe do novo treinador”, declarou Rubiales.

Luis de la Fuente estreia como técnico da Espanha no dia 25 de março, na partida diante da Noruega.