
O publicitário e apresentador de TV Roberto Justus contou, em entrevista para a TV Coxa, como foi sua primeira vez no Couto Pereira, na última segunda-feira (dia 24), no jogo contra o Fluminense. Ele é um dos sócios do fundo brasileiro Treecorp Investimentos, dona da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube paranaense. Na entrevista, ele fez elogios rasgados aos torcedores, comentou sobre propostas da SAF e citou uma meta de chegar a 100 mil sócios.
APOIO DA TORCIDA
“Fiquei muito impressionado com uma torcida que apoia o time em qualquer condição. Ainda está na zona de rebaixamento, apesar de estarmos a um ponto de sair dela e vamos sair. Com toda certeza, mas é um time que cuja torcida não abandona. É um fervor, um calor numa segunda-feira à noite. Parecia final de Libertadores. Isso me impressionou bastante, me contagiou bastante. É esse o clima que tem que ser criado nesse time. Essa forma que ela tem de participar do processo. É como fosse uma religião, é uma loucura coletiva saudável desde que não haja quebra-quebra na hora ruim. Brasileiro tem que aprender, é sempre saudável torcer com energia e com entusiasmo dentro dos limites. Foi a primeira vez que eu vim ao Couto Pereira e fiquei realmente contagiado por essa torcida maravilhosa.”
CONTATO DIRETO COM TORCEDORES
“Sem dúvida nenhuma eu fiquei muito surpreso com a forma como a torcida me acolheu lá nos arredores do estádio, na entrada, na saída. As pessoas chegando perto. Fiquei muito lisonjeado de ter esse carinho da torcida. Eu, no Sul do país, sempre tive. Sempre no Brasil todo. Sempre muito carinho pelo fato de ter ficado no serviço por 16 anos fazendo um programa que as pessoas admiram bastante.”
EQUIPE DA SAF
“Temos nossos grandes profissionais contratados. Fazer desse time realmente essa SAF um exemplo de administração, de boa gestão. A minha responsabilidade aumentou muito. Vocês vão fazer um trabalho incrível e eu vou levar fama, de grande parte dela. Mas claro que eu também faço parte, também dou meus pitacos, estou no conselho. Ainda não tivemos a primeira reunião no conselho com a minha participação, mas vai ter. E está na mão de gente muito competente.”
LUCRO
“Claro que a SAF tem no final, no médio, longo prazo, interesses de fazer um grande negócio financeiro. Não vamos negar isso. Nós somos uma empresa do mercado financeiro, mas é muito mais que isso. É diferente de um investimento tradicional numa empresa em qualquer setor. Aqui tem uma paixão diferenciada, tem um tem um movimento completamente diferente do que só o financeiro. A gente se apaixona, as pessoas tão envolvidas.”
‘PÉ-QUENTE’
“Nós no pouco movimento que fizemos nós estamos a menos de um mês com a SAF assinada e estamos com o ‘pé-quente’. Desde que nós entramos foram três vitórias e um empate. E a gente está muito feliz. A gente sabe que isso é um trabalho de médio e longo prazo. Ninguém pode cobrar. Pode ter tropeço no caminho. Como vai ter. Como todos os grandes clubes do mundo tem. Não é ninguém que só ganha, ninguém só perde.”
AUTOESTIMA
“A forma como a gente fala com os apaixonados por esta entidade a gente não acha que identidade foi perdida, o que foi perdida foi a autoestima. E a autoestima está voltando. Começa a respirar ares de time vencedor. Começa a ter pessoas que começam a acreditar.”
REFORÇOS
“Isso é um círculo virtuoso maravilhoso que vai atraindo coisas positivas. Você vai atraindo também jogadores. Tem jogadores que há uns dois, três meses atrás nem pensaram em vir pro Coritiba. Por mais que pagasse bem. Também é uma coisa que demora um pouco de tempo, não é do dia pra noite. Mas precisa ter a vontade dos caras virem. E o jogador não quer aliar o nome dele a um time perdedor. Quer alinhar o nome dele a um projeto vencedor.”
100 MIL SÓCIOS
“Os sócios são fundamentais nesse jogo. Nós temos 30 e poucos mil sócios. Mas comparado com o volume de torcedores, que é em torno de um milhão e meio de torcedores, ainda é muito pouco. Dá pra crescer muito isso. E o sócio-torcedor tem que entender que vai investir diretamente ligado ao resultado. Porque nós precisamos desse recurso. Um clube é feito de vários tipos de recursos.”
“Se a gente consegue aumentar isso pra 100 mil torcedores, vocês não podem imaginar o quanto isso vai nos ajudar a reforçar o time e a trazer mais alegria pra essa torcida. É superimportante ter essa visão: pra onde está indo o dinheiro que estou colocando? É com gente séria, decente.”
“Aqui é uma gestão transparente, com auditoria, uma gestão séria. Nós estamos representando muitos investidores que estão vindo com a gente. Então, é de uma governança, de um compliance sem precedentes em clubes, talvez.”
Então esse dinheiro que vem é importante que a torcida saiba que vai ser aplicado para o clube, que vai ganhar uma dimensão totalmente diferente. Essa é a nossa ideia e isso eles têm que acreditar.
SAF DO BOTAFOGO
Olhando pra essa essa reformulação que está acontecendo dentro do futebol como um todo. Empresas como a nossa e outras que estão entrando agora. É só olhar. Veja o SAF do Botafogo. Hoje é um time respeitado esportivamente. Bem administrado e está lá liderando o Campeonato Brasileiro com grandes chances de ser campeão. Nós queremos fazer a mesma coisa, não sei no curto prazo. Eu nunca falo em curto prazo porque são muitas variáveis que a gente não pode controlar. Mas no médio e longo prazo, se fala em dez anos, o pessoal vai ter muito orgulho desse clube, esse clube vai fazer.
CONTAMINADO
Agora eu já estou também contaminado por um clube que me me causou muita simpatia e que seja um time vencedor e vai ser um time vencedor. Não tem problema nenhum com isso dizer mas eu realmente ontem fui bem contaminado pelo carinho dessa torcida. Me sinto já parte dela e sinto que eu devo bastante a eles.