A Fifa pagou para ter o monopólio sobre a indicação do melhor jogador do mundo de futebol. Nesta segunda-feira, a entidade anunciou um acordo com a revista France Football para unificar a Bola de Ouro e o título de melhor jogador do ano pela Fifa. O nome “Bola de Ouro” será mantido. Mas será a Fifa quem entregará o troféu em Zurique, e não em Paris.
Para poder usar o nome, a Fifa comprou os direitos da empresa francesa, que está à beira da falência e apenas existe graças ao prêmio. Mas Blatter se recusou a anunciar o valor da transação. Na prática, a entidade máxima do futebol se utilizou da fragilidade financeira da empresa de mídia na França para propor o acordo.
O monopólio era um desejo antigo da Fifa. A France Football havia criado o prêmio há 54 anos e se tornou uma das principais referências no mundo. Originalmente, a meta era dar o prêmio ao melhor jogador europeu. Mas, com o passar dos anos, ganhou conotação internacional. Já a Fifa, em busca de seus heróis, criou o seu próprio prêmio em 1991. Desde então, 13 edições dos troféus tiveram os mesmos ganhadores.
Desde 2005, todos os vencedores do prêmio da revista francesa acabam também sendo os vencedores da Fifa.
Agora, o melhor jogador será eleito por jornalistas, capitães de seleções e técnicos, em um modelo que une o projeto da Fifa com o da France Football.
Em 20 anos de prêmios da Fifa, os brasileiros são os líderes. As edições do troféu em oito anos foram dados aos brasileiros Ronaldo (três vezes), Ronaldinho Gaúcho (duas vezes), Rivaldo, Kaká e Romário. O próximo troféu, no dia 11 de janeiro de 2011, já será a Bola de Ouro da Fifa.
Mas a entidade vive um pesadelo. Nunca um jogador considerado como melhor do mundo num ano antes da Copa saiu com o título do Mundial no ano seguinte. Neste ano, a sina voltou a se repetir. Messi venceu o título de melhor jogador do mundo em 2009. Em 2010, saiu nas quartas de final da Copa da África do Sul. Em 2005, Ronaldinho Gaúcho foi quem ganhou e acabou sendo um fracasso na Alemanha, em 2006.
Blatter tem sua explicação sobre o fenômeno. “Não é o melhor jogador que vence uma Copa. O que prevaleceu no final foi o futebol de equipe nessa Copa, e não as individualidades”, disse o cartola. “Isso é bom para o futebol”, completou.