A direção da Polícia Federal (PF) responsabilizou o Congresso e o relator do Orçamento, deputado federal paranaense Ricardo Barros (PP), pelos cortes de verba do órgão, isentando de culpa o Ministério da Justiça. A Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) vinha responsabilizando o governo federal, e não o Congresso, pelos cortes e apontando risco de prejuízo para as investigações da Operação Lava-Jato. Em nota, a PF apontou que a proposta original do governo contemplava os montantes necessários ao desenvolvimento pleno de todas as atividades do órgão, mas no trâmite do processo legislativo no âmbito do Congresso Nacional, houve corte de 151 milhões referentes ao custeio da PF, por parte do relator.

Comparação
Barros rebateu alegando que todos os setores sofreram cortes em virtude da crise, e a PF teria sido uma das menos afetadas. Ainda segundo ele, teria havido uma recomposição de R$ 38 milhões do orçamento da corporação na Comissão de Orçamento, elevando as verbas da PF para R$ 5,59 bilhões em 2016. O corte representa apenas 3,7%, bem menor que os cortes feitos nos órgãos do Judiciário, por exemplo, que tiveram redução media de 5,6%, argumentou o parlamentar. Reafirmo meu apoio às investigações da PF assim como as do Ministério Público que negociou os cortes e foi atendido. Refuto qualquer tentativa de pessoalizar os cortes, afirmou Barros.

Sem folia
O prefeito de Irati (região Central), Odilon Burgath anunciou ontem o cancelamento do Carnaval 2016 na cidade. O valor que seria destinado a festividade de aproximadamente R$ 100 mil, será investido em obras para o combate de alagmentos no Centro da cidade. Segundo a prefeitura, o valor total do projeto é de aproximadamente R$ 1,4 milhão. A data da primeira intervenção está prevista para começar em 60 dias em razão da licitação. Nós pedimos a compreensão de todos, pois sabemos da importância da festa, mas temos uma prioridade que é solucionar os problemas no Arroio dos Pereira, afirmou o prefeito. O Carnaval de 2015, custou R$ 95 mil à prefeitura.

Dengue
Em Paranaguá, o vereador Arnaldo Maranhão (PSB) também propôs que a prefeitura deixe de investir R$ 600 mil destinados ao Carnaval na cidade e reverta a verba em ações de combate à dengue. O município do Litoral paranaense vive uma epidemia da doença, com mais de 500 casos confirmados. A Prefeitura ficou de discutir o assunto.

Quadro Negro
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, encaminou ontem à Justiça, denúncia contra 15 pessoas envolvidas em desvio de recursos destinados a obras em escolas, licitadas pela Secretaria de Educação e investigado pela Operação Quadro Negro. Foram denunciados empresários, familiares e laranjas, além de servidores públicos. Segundo o MP, o grupo formou uma organização criminosa para desviar dinheiro público. A engenheira encarregada da área técnica da Valor Construtora, Viviane Lopes de Souza, responsável pelas obras, atestava falsamente que as fases de serviços estavam adiantados, para que a empresa recebesse os pagamentos por serviços não realizados.

Propina
O dono da construtora, Eduardo Lopes de Souza, familiares e outros denunciados, além de pagarem propina a um servidor, praticavam lavagem de dinheiro, adquirindo veículos de luxo, móveis e imóveis em nome de terceiros para esconder os valores desviados. A denúncia indica ainda que o empresário falsificou documentos – declarando haver concluído obras – para participar de licitação em outro órgão público. O esquema teria funcionado entre 2013 e 2015, causando prejuízo estimado em R$ 18 milhões.