Divulgação – “Owen

Ao contrário do que se viu o tempo todo em ‘Jurassic World’ (2015), a protagonista Claire (Bryce Dallas Howard) corre por todos os lados  sem usar sapatos de salto em ‘Jurassic World: Reino Ameaçado’, que estreia no dia 21 de junho em Curitiba – a pré-estreia é nesta quinta-feira (14). Os sapatos de Claire se ensaiam como uma das maiores novidades em relação ao antecessor. Não chega a ser um problema. Afinal, o grande mérito dessa franquia é colocar dinossauros realistas na telona e fazer a interação deles com os seres humanos. O roteiro? Apenas uma “desculpa” para se fazer um filme. E se for requentado? Tudo bem. 
‘Jurassic World: Reino Ameaçado’ começa três anos depois dos acontecimentos de ‘Jurassic World’. O parque de diversões está abandonado e a Ilha Nublar foi tomada pelos dinossauros. Agora, porém, a ilha está ameaçada pela erupção de um vulcão, e isso pode significar a extinção dos bichos que lá estão. A discussão sobre os direitos dos bichos à vida é tão grande que chega ao governo norte-americano – e um dos que defendem a ideia de deixar a natureza seguir seu curso e acabar com tudo é Ian Malcolm (Jeff Goldblum), o matemático cínico do ‘Jurassic Park’ original. Diante da negativa do governo em tomar uma atitude para salvar os dinos, um milionário excêntrico, Lockwood (James Cromwell), pretende levar os animais a um santuário autossustentável no coração dos Estados Unidos. Lockwood era amigo do peito de John Hammond, o criador do Jurassic Park original, e tem recursos para isso. Para fazê-lo, porém, uma grande operação é necessária. Claire entra nessa porque é a única que pode acessar e rastrear os animais através do sistema instalado no parque. E Owen Grady (Chris Pratt) entra nessa porque Claire passa uma conversa nele. “Blue está viva”, diz ela, referindo-se ao velociraptor de estimação do aventureiro. Tirar dinossauros gigantescos, ou agressivos, ou predadores (ou as três coisas) de uma ilha isolada e levá-los para a Califórnia, claro, é uma grande ideia. Afinal, o que poderia dar errado? 
O desenrolar de ‘Jurassic World: Reino Ameaçado’ repete muito do filme antecessor. Além de Claire e Owen e sua tensão romântica, o filme traz um dinossauro híbrido criado em laboratório, gente que quer usar os bichos como armas militares — com lucros em cima, claro — e a eterna discussão sobre os limites da ciência quando o assunto é criar vida. Mas não apenas isso. O roteiro também faz uma colcha de retalhos com a trilogia original do ‘Jurassic Park’, de filmes lançados em 1993, 1997 e 2001. A cena em que o tiranossauro salva os humanos de um outro predador (aparece no trailer do filmes; portanto, não é spoiler) emula o final de ‘Jurassic Park’ (esse spoiler prescreveu). A operação de guerra para levar os dinossauros da ilha para os Estados Unidos é similar ao que ocorre em ‘Jurassik Park II’. E a cena dos dinossauros saltando no mar repete ‘Jurassic Park III’. Isso apenas para citar alguns poucos exemplos. 
Mas, afinal, o roteiro é ou não é apenas uma desculpa para se ver dinossauros na tela e sua interação com mocinhos e bandidos? Dito isso, ‘Jurassic World: Reino Ameaçado’ funciona como entretenimento. Tem momentos de aventura, suspense, comédia e drama – uma das cenas mais emocionantes envolve um braquiossauro. Ainda consegue reservar algumas surpresas. Uma delas, a presença de uma cena pós-créditos, algo comum nos filmes da Marvel, mas até então inédito nos filmes dos dinossauros. Outra coisa, longe de ser surpresa: ao acabar, ‘Jurassic World: Reino Ameaçado’ deixa mais que claro que uma terceira parte está a caminho.