A banda Tuyo, formada pelos curitibanos Lay Soares, Lio Soares e Machado, apresentam em Curitiba a estreia da turnê do disco “Para Curar”, lançado por eles em novembro de 2018. O show rola no dia 25 de abril (quinta-feira/0 no SESC Paraná e os ingressos estão a venda aqui : https://www.sescpr.com.br/evento/tuyo/

Autores de sucessos como “Solamento”, “Vidaloca” e ” Amadurece e Apodrece”, o trio é conhecido pelo seu afrofolk melódico com harmonias vocais intesamente qualitativas e muita emoção lírica. “Para Curar” é o primeiro disco da banda, que havia lançado um EP intitulado de “Para Doer” em novembro de 2017.

Conversamos com a banda sobre o que esperar do show no SESC, sobre o novo EP de Remixes que eles irão lançar neste mês de abril e sobre como as obras se interligam. Confira a entrevista na íntegra:

BARULHO CURITIBA: A Tuyo vai realizar seu show de estreia do novo disco em Curitiba no dia 25 de abril no SESC. Além desse evento, vocês também vão abrir os shows para a banda estadunidense The Internet em Porto Alegre e São Paulo. Como está sendo para a banda viver todos esses momentos marcantes em turnê, agora com um álbum completo de estúdio para divulgar?

TUYO: Todo dia a gente trabalha – escreve, responde, ensaia, prepara, planeja, atende – mais um pouquinho do que no dia anterior e observar esse fluxo de criação e amplitude é belíssimo, aquele cansaço gostoso de correr e sentir o corpo vivo. Entrar nessa de tocar suas coisas numa banda tem muito disso de viver experiências. Ter a chance de experienciar uma execução ao vivo do The Internet é um milagre, um evento impossível de sonhar, impossível de prever, muito distante da nossa realidade a tempos atrás. O clichê de ser curioso observar as voltas que o universo dá e de repente a gente tá tocando pra uma caralhada de gente tá aí.

BARULHO CURITIBA: No dia 26 de abril vocês irão lançar o remix do EP “Pra Doer”, que foi lançado originalmente em 2017, e conta com músicas aclamadas como “Solamento” e “Amadurece e Apodrece”. O que podemos esperar das novas versões musicais apresentadas no remix?

TUYO:Transgressões. Pra Doer é sagrado. É imexível, imovível. Aí a sensação de cometer essa heresia, de transgredir o que existe lá vem com força e é bem boa. Acho que a parte mais gostosa de construir um ícone, uma imagem, um objeto sagrado é por fogo nele e ver derreter. Sinto que os remixes, apesar de muito carinhosos com as versões originais, mantendo as estruturas das canções, a lógica das narrativas ali, estão apontando para milhões de outros lugares diferentes. O que só atesta a democracia que caracteriza a dor. Em qualquer língua, em qualquer bpm, ela existe e é possível sentir.

BARULHO CURITIBA: Foram convidados para assinar os remix das 4 canções do EP “Pra Doer” os artistas Kel, Unbient, Mafalda e Chediak e Steh. Como se deram as escolhas para chegarem nestes nomes?

TUYO:A gente tem desenvolvido uma relação muito legal com a Toro Audio aqui em Curitiba. Kel e Steh fizeram a curadoria e a gente confiou que os artistas dariam conta de pluralizar a linguagem do EP. Rolou legal. Acredito que essa amizade ainda vai render muita música.

BARULHO CURITIBA: O EP da Tuyo, intitulado de “Pra Doer” e o disco lançado em 2018 “Pra Curar” são coexistentes em um universo lírico. A menção dos títulos e do conteúdo que mergulha no desalento e na desesperança, mas também apresenta a reconstrução e o aprendizado, que assim criam a cura, nos levam a refletir de que forma enfrentamos os desafios propostos pela vida. De que forma esses sentimentos se estruturaram durante o processo de composição do álbum?

TUYO:É impossível calcular, descrever. São canções que estão na nossa família há anos. Acho que Pra Doer e Pra Curar são um retrato do que vivemos individualmente durante alguns anos. Nossas perdas, nossos términos, nossos fins, nossa ausência de recomeço. É bastante dolorido revisitar essa experiências na canção mas parece que ajuda a ressignificar algumas delas. Ajuda a organizar as emoções e a não dar voz praquela sensação horrorosa de que o fim de um ciclo é o fim da vida. Não sei se é assim pra todo mundo. Nem o EP nem o disco foram concebidos com a função de promover qqr coisa além de tirar essas coisas do nosso peito. Mas é bonito ver os desdobramentos dessas histórias.

BARULHO CURITIBA: Sobre o som experimental que se divide entre timbres eletrônicos e vai direto de colisão do sintético, mas também traz as harmonias perfeitas das vozes com violões, criando o orgânico. Como foi a experiência de produzir um álbum em estúdio, colocando tudo de si e experimentando sons?

TUYO: Foi doído encontrar um fluxo inteligente e honesto de trabalho que contemplasse todo mundo. A gente não tem um músico líder, alguém que guie as composições e o resto segue, então é um deus nos acuda. Apesar da gente respeitar mto um ao outro como letristas na hora de pensar em arranjo a coisa pega. A tarefa mais pesada do Jack e do Gianlucca foi essa de saber ler a gente e tentar criar um ritmo democrático e eficiente pra gente criar. A escolha dos formatos foi bastante baseada no que a gente tinha nas mãos – computador, violão, voz, microfone, baixo, guitarra. Não dava pra criar nada além – arranjo de cordas, sopro, etc – porque o orçamento foi zero vezes zero né. Mas sincenramente, é bastante gostoso o desafio de criar com limitadores. O infinito é muita coisa. O próximo disco vai ser o primeiro com recursos aí eu quero ver como é que a gente vai dar conta de elaborar com mais opções. Expectativa tá a mil!

Confira o álbum “Para Curar” aqui: