O presidente da Federação Internacional de Automobilismo, o britânico Max Mosley, revelou terça-feira que vai decidir apenas em junho se tentará a reeleição para a presidência da entidade. O atual mandato se encerrará em outubro de 2009, e Mosley disse anteriormente que poderia deixar o cargo depois de se desgastar com vários dirigentes por conta de um escândalo sexual.  “Vou tomar uma decisão final em junho”, disse Mosley, que acredita ser difícil surgir um sucessor. “A dificuldade está em encontrar alguém que tenha a experiência necessária, e também o tempo necessário”, comentou o cartola, que está à frente da FIA desde 1993, quando sucedeu o francês Jean-Marie Ballestre. Em entrevista ao site oficial da Fórmula 1, Mosley fez um balanço dos 15 anos à frente da FIA, lembrando que suas preocupações foram muito além da categoria de elite do automobilismo. “Acho que as maiores realizações foram as melhorias na segurança tanto em vias públicas como nos circuitos No entanto, é preciso lembrar que muitas outras pessoas se envolveram nisso. Eu iniciei estas coisas, mas outros continuaram com o trabalho. A maior decepção foi a tendência de alguns fãs de criticar sem entender o que estamos tentando fazer”, analisou.

Automobilismo (II)
Defensor há vários anos de medidas para reduzir os custos na Fórmula 1, Max Mosley admitiu que foi surpreendido com a decisão da Honda de abandonar a F-1 por causa da crise financeira. “Eles nos informaram de forma confidencial antes do anúncio público, mas admito que seria um dos últimos times que eu esperava que pudesse desistir”, contou. Ele disse ainda que está otimista com o aumento da competitividade na F-1 em 2009, por conta de mudança nas regras aerodinâmicas e da adoção do Kers, sistema de recuperação de energia cinética, que aproveitará a energia perdida nas freadas para aumentar a potência dos motores. E defendeu o estímulo às equipes independentes, separadas das montadoras – na F-1 atual, caso apenas de Williams, Force India e do “combo” Red Bull/Toro Rosso -, e ao comércio de carros entre as equipes, o que é proibido pelo atual regulamento, embora tenha sido feito de forma velada nas últimas temporadas. “Sem o comércio de carros, a Fórmula 1 não teria florescido nos anos 70 como aconteceu”, disse Mosley, um protagonista de tais transações, visto que costumava comercializar modelos March para pilotos independentes.

Fórmula 1
A Toyota anunciou nesta terça-feira que não está em seus planos abandonar a Fórmula 1, apesar da crise financeira internacional, mas prometeu reduzir os investimentos na categoria, depois de sete temporadas sem uma vitória sequer. “É muito difícil manter o nível atual de investimentos”, afirmou o presidente mundial da empresa, Katsuaki Watanabe, sem dar detalhes de como será a redução de verbas na F-1 – que serve, segundo o dirigente, para atrair os consumidores mais jovens. A Toyota deve ser neste ano seu primeiro prejuízo em sete décadas. E, depois do abandono da F-1 pela rival Honda, passou a ser considerada pelos analistas esportivos como a próxima candidata a deixar a categoria – impressão que só aumentou depois que as também japonesas Suzuki e Subaru abandonaram o Mundial de Rali.