Pouco a pouco, as celas de Catanduvas ganham novos moradores. O presídio federal ultrapassou há pouco a metade da lotação, mas de acordo com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) jamais atingirá a capacidade máxima.

Com a chegada dos acusados de liderar a onda de ataques criminosos no Rio de Janeiro, Catanduvas passou a contar com 125 presos. Embora a capacidade seja para 208, a lotação não deverá ultrapassar os 180, de acordo com o diretor nacional do Depen, Maurício Kuehne. “Precisamos de uma margem de segurança para acomodar presos enviados pelas justiças estaduais em situações de emergência”, justifica.
 
O Depen estima que em março, ou no mais tardar em abril, a segunda penitenciária federal brasileira, em Campo Grande (MS), comece a receber presos. O presídio foi inaugurado em 21 de dezembro, e em 12 de janeiro houve a formatura da segunda turma de agentes penitenciários. Nos próximos dias, um total de 250 agentes realizam provas de simulação e atividades para conhecerem a estrutura da unidade, idêntica e do mesmo tamanho de Catanduvas.

Uma vez habilitada, Campo Grande começará a receber presos independentemente do preenchimento das vagas em Catanduvas. “Vamos equacionar politicamente a melhor distribuição. Se em Catanduvas houver muitos presos de determinado Estado, é conveniente que se mande outros da mesma origem a Campo Grande, e vice-versa”, dis o chefe do Depen.

Além dos presídios de Catanduvas e Campo Grande, outros três serão construídos em Mossoró (RN), Porto Velho (RO) e Espírito Santo. Segundo Kuhne, o presídio potiguar deve ser inaugurado ainda no primeiro semestre, e o de Rondônia até o final de 2007.

O Depen diz não ter recebido determinação da Justiça para transferir Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, primeiro detento a chegar a Catanduvas, conforme informações extra-oficiais veiculadas desde a semana passada. De qualquer forma, em julho o famoso traficante deverá deixar o Paraná — um sistema de rodízio da Justiça Federal estabelece que nenhum interno permanecerá mais de um ano na mesma unidade.

Na quinta-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STF) negou pedido de liberdade provisória a Beira-Mar no processo em que é acusado de dois homicídios duplamente qualificados. Ele teria comandado os crimes de dentro do presídio de Bangu I, no Rio de Janeiro.