RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A presidenciável Marina Silva (Rede) afirmou nesta terça-feira (11) que abandonou a defesa de independência do Banco Central, defendida em 2014, porque esta não era uma proposta sua, mas sim do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto durante a última campanha eleitoral.

Marina assumiu a candidatura do PSB naquele ano e defendeu a autonomia do BC. A proposta foi alvo de ataques da campanha de Dilma Rousseff (PT) —o que para muitos motivou sua saída do 2º turno naquela eleição.

“Ela estava no meu programa quando Eduardo morreu. Foi uma decisão dele de acatar uma sugestão do Marcos Lisboa. Agora que eu tenho meu próprio programa de governo não tinha porque estar comprometida com ela”, disse Marina, que voltou a defender a autonomia operacional do banco como em 2010.

Há quatro anos, Marina afirmou que a independência formal do BC evitaria que ele se convertesse numa “nova Petrobras”.

“O Banco Central precisa ter direção própria para indicar os melhores e atingir metas fixadas pelo governo. Não pode ficar refém de indicações de Renan [Calheiros, presidente do Senado pelo PMDB-AL], como é o caso da Petrobras”, disse a candidata.

A defesa da proposta foi duramente atacada pela propagando do PT. A peça publicitária dizia que, havendo autonomia do BC, os banqueiros passariam a determinar “os juros que você paga, seu emprego, preços e até seu salário (…) ou seja, os bancos assumem um poder que é do Presidente e do Congresso”. Durante a locução, eram exibidas imagens de uma família durante uma refeição e, à medida que o narrador falava sobre autonomia, os alimentos iam desaparecendo da mesa.

“A minha campanha foi vítima de uma violência política, que se tornou agora física. O assassinato da Marielle [Franco], os tiros na caravana do ex-presidente Lula e agora essa facada no candidato Jair Bolsonaro. Em 2014, ela foi feita pela mentira, desconstrução e abuso do dinheiro roubado”, disse ela, antes de participar de uma transmissão em redes sociais para arrecadação de fundos para a campanha.