RANIER BRAGON
BRASÍLIA, DF – Em convenção do PSB em Brasília, a ex-senadora Marina Silva criticou na manhã deste domingo (15) as alianças partidárias feitas sem critérios, afirmando que é preciso ser seletivo e que a principal coligação deve ser feita “com a sociedade”.
“Ficam dizendo que não temos muitos partidos para fazer alianças. Não temos porque temos uma atitude seletiva. (…) Temos que fazer alianças e coligações com a sociedade, os partidos são importantes, mas não são mais importantes que o a sociedade brasileira”, discursou Marina no ato de oficialização da candidatura do senador Rodrigo Rollemberg ao governo do Distrito Federal.
Marina deverá ser confirmada no próximo dia 28 como vice na chapa à Presidência do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), que também estava presente na convenção.
Apesar do discurso da ex-senadora, o PSB de Campos sempre buscou atrair partidos para sua candidatura com o objetivo de ter um maior tempo na propaganda de rádio e TV, que é o principal instrumento das campanhas políticas. Entre eles o PDT e o PV.
Como só atraiu o PPS, Campos terá cerca de 2 minutos na TV em cada bloco de propaganda. A presidente Dilma Rousseff (PT) deve contar com mais de 12 minutos.
E embora Marina não tenha feito menção a esse caso específico em seu discurso, o PSB de Campos deve se aliar ao PSDB de Geraldo Alckmin em São Paulo no próximo sábado, o que tem causado enorme insatisfação no grupo político da ex-senadora.
Ela critica a aliança, sempre defendeu uma candidatura própria, e e diz que não subirá no palanque de Alckmin. Além de São Paulo, Marina e o PSB divergem ainda em outros Estados, entre eles Minas Gerais, onde o partido de Campos também caminhava para apoiar os tucanos.
DILMA
Em seu discurso na convenção, Eduardo Campos centrou ataques em Dilma Rousseff, voltando a dizer que a presidente da República será a primeira, desde Itamar Franco (1992-1994) a entregar ao sucessor um país pior do que recebeu.
E, novamente, acusou o governo de abrigar o que há de pior do que classifica como a “velha política”: “Essas raposas todas que já roubaram o que tinham que roubar do sonho do provo brasileiro”.
Em relação à eleição do Distrito Federal, tanto Campos quanto Marina chamaram a atenção para os escândalos de corrupção que marcaram a história recente da capital federal. “A política em Brasília deixou de ser política para virar negócio”, disse Campos.
No Distrito Federal, Rollemberg terá como adversário, entre outros, o governador Agnelo Queiroz (PT), que tenta a reeleição.