SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Herbert Hainer, presidente-executivo da multinacional alemã Adidas, declarou nesta quarta-feira (16) ao jornal alemão “Handelsblatt” que a empresa pode romper sua parceria de longa data com a Fifa devido aos escândalos de corrupção que têm envolvido a entidade.
“Se a Fifa tiver sucesso em sua reforma, e no meu ponto de vista eles estão seguindo um bom caminho para isso, nós continuaremos a patrociná-los”, disse.
“Caso contrário, nós iremos refletir sobre quais são as alternativas.”
O atual contrato entre Adidas e Fifa tem duração até 2030. Os escândalos de corrupção em larga escala envolvendo a entidade máxima do futebol mundial fizeram com que outros patrocinadores, como Coca-Cola e Visa, manifestassem-se publicamente em repúdio. Até então, a Adidas mantinha uma posição mais contida.
Questionado se tem medo de que os problemas da Fifa afetem a imagem da Adidas, Hainer negou.
“Não podemos ser responsabilizados pelas maquinações criminosas de oficiais da Fifa”, concluiu.
A Fifa vive a maior crise de sua história, que eclodiu após vir à tona a investigação conduzida pelas autoridades dos Estados Unidos, que levou no dia 27 de maio à prisão de sete cartolas em Zurique, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin.
Desde então, Blatter se mantém recluso na Suíça. Anunciou que não ficaria mais no posto a partir do ano que vem e criou um comitê para implementar reformas, que incluem, entre outras coisas, divulgação dos salários dos cartolas, uma regra de “ficha-limpa” para ser dirigente e um limite de mandato nas entidades ligadas ao futebol em todo o mundo.
Mesmo assim, a Fifa não consegue sair do centro da crise no cenário internacional, o que tem incomodado os grandes patrocinadores, a maioria com contratos até a Copa de 2022, cujo torneio, aliás, tem sido alvo de denúncias de corrupção no processo de escolha da sede e de uso de trabalho escravo na construção de estádios.