A anemia virou manchete dos jornais porque o craque do momento Neymar apresenta a deficiência, mas ela atinge bastante gente. A anemia é um distúrbio reconhecido pela perda de força, sensação de fraqueza e fadiga, que atinge cerca de 30% da população, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), ou seja pelo menos 2 bilhões de pessoas.  A maior parte delas é diagnosticada pela falta de ferro no organismo, uma das carências nutricionais que mais acometem a população. Apesar de a maior incidência ser registrada em mulheres e crianças, a deficiência pode estar presente em qualquer pessoa.

Caracterizada pela diferença no tamanho ou número de glóbulos vermelhos, ou na baixa quantidade de hemoglobina, a anemia limita a troca de oxigênio e gás carbônico entre o sangue e outras células. Mesmo sendo o tipo mais comum, a anemia ferropriva (deficiência de ferro) não é a única. Existem anemias causadas por deficiência de vitamina B12, por falta de hormônio, as de origem genética, hemolíticas (quando ocorre destruição dos glóbulos vermelhos), decorrente das doenças do sangue, como leucemia, entre outras, afirma o nefrologista do Hospital VITA Curitiba Ricardo Benvenutti.

De acordo com estudos, mulheres e crianças são as que mais apresentam anemia, principalmente a ferropriva. Nas mulheres devido a perdas de sangue no período menstrual, e nas crianças por causa da maior incidência de verminoses e desnutrição, explica o médico. Outros grupos também devem ficar atentos, como pessoas com úlceras, gastrite e vegetarianos, pela falta de vitaminas.

Além da fraqueza, a anemia é distinguida pela falta de ar, dor de cabeça, tontura e irritabilidade. Benvenutti lembra que, além desses sintomas, ela também pode estar associada à ictericia, que ocorre quando existe hemólise. O distúrbio também pode prejudicar, principalmente nas crianças, o desenvolvimento mental e psicomotor, o crescimento, além de causar dificuldades no aprendizado.


DOENÇA AUMENTA O RISCO DE DEMÊNCIA NA VELHICE
A anemia pode aumentar em até 41% o risco de uma pessoa desenvolver demência — ou seja, alguma doença associada à perda progressiva das habilidades cognitivas, como o Alzheimer.  A conclusão é de um recente estudo realizado pela Universidade da Califórnia, San Francisco, nos Estados Unidos, e publicado no periódico Neurology. A pesquisa acompanhou  2.252 idosos de 70 a 79 anos.

A anemia é uma doença que ocorre quando a quantidade dos glóbulos vermelhos ou de hemoglobina (proteína responsável por transportar oxigênio no sangue) é inferior ao normal. O problema pode ser causado por uma série de fatores — entre eles, a deficiência em ferro e vitamina B e a perda excessiva de sangue. A condição é capaz de provocar fadiga, falta de ar e problemas cardíacos. Ela é mais frequente em idosos — de acordo com o estudo, 23% das pessoas com mais de 65 anos desenvolvem anemia.

De acordo com  Kristine Yaffe, coordenadora da pesquisa, como a prevalência tanto de anemia quanto de demência é alta entre idosos, o objetivo era descobrir se a presença de um problema eleva o risco do outro. Para isso, o grupo recrutou 2.552 pessoas de 70 a 79 anos, e todas foram examinadas para saber se tinham anemia.

Depois, ao longo de 11 anos, os participantes do estudo realizaram periodicamente testes de memória e raciocínio. Segundo os autores, a anemia pareceu aumentar o risco de demência mesmo após eles terem adaptado os resultados.


DIETA PODE RECUPERAR ESTADO NUTRICIONAL
Pessoas que sofrem de anemia devem estar atentas ao que consomem. Segundo a nutricionista do Hospital VITA Curitiba, Graziele Pasetti, o objetivo da dieta é recuperar o estado nutricional e adequar a ingestão de alimentos ricos em ferro e outros nutrientes, como a vitamina C e a B12. Em alguns casos, é necessário utilizar suplementação de ferro, mas somente após exames laboratoriais e acompanhamento médico.

Respeitar os horários das refeições e evitar o consumo de bebidas, como chá mate, café e refrigerantes à base de cola, bem como o excesso de consumo de queijos e leite são algumas das recomendações usuais. Além disso, é bom verificar a presença de EDTA nos rótulos, pois esse conservante causa a redução de absorção de ferro dos alimentos consumidos, alerta a nutricionista.

Para aumentar o consumo de ferro, Graziele indica a carne vermelha, fígado, miúdos, peixes, mariscos e ostras. Ela explica que o ferro presente nas carnes é mais absorvido que o dos vegetais. Porém, ambos devem estar presentes nas refeições para aumentar a ingestão do nutriente.


OS SINTOMAS DA ANEMIA

  • Queda de pressão
  • Palidez cutânea e nas mucosas
  • Cansaço
  • Falta de memória
  • Tonturas
  • Fraqueza
  • Dores musculares
  • Sonolência
  • Falta de ar ou respiração muito curta
  • Palpitação e taquicardia
  • A intensidade dos sintomas aumenta com a atividade física