Os torcedores do Santos sonhavam com um novo camisa 1 para a disputa da Copa Libertadores da América. Chegou, por enquanto, o dono para a 12. Aranha, que estava no Atlético Mineiro e assinou contrato de um ano com o time da Vila Belmiro, foi apresentado nesta segunda-feira no CT Rei Pelé com um discurso apenas modesto.

Titular a partir da segunda metade do ano passado, Rafael terminou o ano bastante elogiado e até cotado para a seleção brasileira. A convocação por Mano Menezes não veio, mas o prestígio não foi abalado, tanto que os cartolas bancam a condição do jogador para o início do Campeonato Paulista.

Antes de contratar, a diretoria considerava Aranha como “um jogador de grupo”. E o goleiro parece não se incomodar com a situação e promete trabalhar para conquistar a confiança do técnico Adílson Batista. “Vou fazer o meu trabalho com respeito e lealdade, buscando a vaga de titular. O mais importante é que haja respeito entre os profissionais. Vou trabalhar duro. A opção será do treinador”, explicou.

Hoje com 30 anos e 1,93 metro, Aranha foi revelado pela Ponte Preta em 2002, sendo eleito o melhor jogador do Paulistão de 2008. No ano seguinte, se transferiu para o Atlético e foi campeão estadual no ano passado.

Apesar do título, ele não conseguiu se firmar no Campeonato Brasileiro (o time escapou por pouco do rebaixamento e trocou sucessivas vezes de goleiro). Aranha perdeu a posição para o jovem Renan Ribeiro. “Vim aqui para respeitar a decisão da diretoria e do treinador. Vou estar sempre procurando buscar a vaga de titular em um ambiente de respeito. Passei mil situações difíceis e boas na minha carreira. Estou preparado, voltado somente para o trabalho”, destacou o goleiro.

APELIDO – Na entrevista coletiva, Mário Lúcio Duarte Costa ainda teve que explicar o apelido de Aranha, em clara referência a Lev Yashin, o Aranha Negra, lendário goleiro da União Soviética na década de 1950. Um professor o começou a chamar assim, ainda em uma escolinha de futebol, em Pouso Alegre, no sul de Minas Gerais, cidade onde nasceu.

“Nenhum garoto gosta de apelido. A não ser quando é um descolado Hoje em dia acho normal. Aprendi que é a gente quem faz o próprio nome ser bom ou ruim”, disse o goleiro, que revelou que seus familiares chegam até a esquecer seu nome de batismo. “Outro dia até perguntaram para o meu irmão o meu nome. Às vezes, ele não lembra”.

Apesar da condição de reserva, o goleiro garante que está pronto fisicamente e tem condições de atuar já na estreia do Paulistão contra o Linense, no próximo sábado, em Lins.