DANIEL CARVALHO E LETÍCIA CASADO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Por volta das 15h30 desta quinta-feira (19), a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, recebeu um telefonema de um dos juízes instrutores do ministro Teori Zavascki. Ela estava em Belo Horizonte, onde visitaria o pai, quando foi informada do acidente. Até o início da noite, não havia embarcado para Brasília. Pessoas próximas à presidente disseram que ela está “arrasada”.

Auxiliares de Teori souberam de um acidente aéreo na rota que seria feita pelo ministro e estranharam que ele não atendia ligações. Esses juízes foram à presidência do Supremo e receberam da ministra, por telefone, instruções para avisar o presidente da República, Michel Temer. O telefonema foi feito pelo juiz-instrutor Márcio Schiefler.

Muito próxima a Teori, Cármen Lúcia telefonou para os filhos do ministro, que disseram a ela que queriam que o corpo do pai fosse levado direto a Porto Alegre, onde vive a família, em vez de levá-lo a Brasília. A ministra irá de Minas Gerais para a capital federal e embarcará para Porto Alegre para acompanhar o velório. Ela foi a Belo Horizonte por volta de 14h30. Quando desembarcou em Confins, soube do acidente e não saiu do aeroporto até o fim da tarde. Até o início da noite, o STF ainda não havia emitido uma nota sobre a morte do ministro, mas enviou dois servidores para auxiliar na burocracia no Rio de Janeiro.

ÂNIMOS EXALTADOS

A notícia da morte de Teori pegou servidores do STF de surpresa e deixou alguns exaltados. Quatorze seguranças foram destacados para impedir que jornalistas tivessem acesso ao gabinete de Teori Zavascki, no terceiro andar de um anexo do Supremo. Os jornalistas foram escoltados até o comitê de imprensa, mesmo com autorização para circular pelo prédio. Cerca de 30 pessoas passaram a tarde dentro do gabinete do ministro no STF. Alguns saíram chorando.