Baltimore, EUA, 14 (AE-AP) – A Conferência Episcopal dos Estados Unidos aprovou novas normas de apostolado para os gays, ao mesmo tempo em que reafirmou a doutrina vaticana de que as relações homossexuais são “anômalas”.

De imediato, os ativistas católicos gays consideram o documento um fracasso absoluto, que afastará da Igreja os homossexuais de ambos os sexos.

O documento, intitulado “Apostolado com pessoas de inclinação homossexual”, mantém a proibição de casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por parte dos casais homossexuais católicos.

Mesmo assim, os bispos afirmaram que tentaram ser mais “abertos que condenatórios”.

O documento afirma que não é pecado se sentir atraído por uma pessoa do mesmo sexo – pecado seria agir conforme esses sentimentos, ou seja, manter relações sexuais. Acrescenta que os filhos de homossexuais católicos podem ser batizados e receber outros sacramentos na maioria dos casos se forem criados na fé católica.

Entretanto, conforme as normas, as paróquias devem aconselhar os gays a permanecerem no celibato. Os bispos aconselham os gays a se absterem de “manifestar seus sentimentos em público” dentro de suas congregações.

“Não é suficiente que aqueles que participam do ministério adotem uma posição de distante neutralidade com relação aos ensinos da Igreja”, afirmam os bispos americanos. A atitude para com os gays deve ser de “conciliador, mas questionador, de amor, mas firme na verdade”.

O documento foi aprovado pela Conferência Episcopal por 194 votos a 37 e uma abstenção.

O ativista Sam Sinnett, presidente da DignityUSA, um grupo de católicos gays, disse que as novas normas refletem a ignorância dos bispos sobre a sexualidade. Segundo ele, o documento afastará os gays da Igreja.

“Este documento recomenda fazer o mais insano possível: permanecer emocional e espiritualmente calado sobre sua sexualidade”, disse Sinnett.