Uma semana após a chacina que deixou oito mortos na periferia da Capital, o secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari finalmente deu as caras ontem. Garantiu que a polícia já sabe quem são os autores da matança, e afirmou que as ameaças de toque de recolher nos bairros da Capital por traficantes não passariam de “boatos”. Resta saber se Delazari também vai dizer às famílias dos mortos que tudo não passa de intriga da oposição, e “herança maldita” do governo Jaime Lerner.


Fritura
Muitos deputados da base do governo nunca engoliram Delazari, e aproveitaram a crise na segurança pública para ajudar na “fritura” do secretário, apoiando a convocação dele pela Assembleia Legislativa. Segundo os parlamentares, Delazari não demonstrou qualquer capacidade de enfrentar o crescimento da criminalidade e da violência no Estado, e só continua no cargo por insistência do governador Requião que não vai tirá-lo do cargo por nada, segundo fontes do Palácio Iguaçu.


Atrapalho
A tentativa da cúpula nacional do PMDB de fechar o quanto antes o apoio à candidatura da ministra Dilma Roussef à sucessão do presidente Lula atrapalha os planos do governador Requião de levar a questão em “banho-maria” para lá na frente buscar um acordo com os tucanos no Estado. Requião passou os últimos dias emitindo sinais em favor do prefeito Beto Richa (PSDB), inclusive ao perdoar a dívida que passou a cobrar da prefeitura de Curitiba depois que o tucano se aliou a Osmar Dias (PDT) em 2006.


Inconsoláveis
A movimentação pró-Dilma da direção nacional peemedebaista também não agrada nem um pouco aos deputados do partido no Paraná que já se preparavam para desembarcar na canoa tucana. Tem parlamentar da legenda extremamente irritado e ameaçando uma rebelião geral contra a antecipação de um acordo com o PT em torno da candidatura da ministra. Alguns que até já ensaiavam cobrar uma vaga na chapa de Beto Richa, então, estão inconsoláveis.


Farra
O deputado federal paranaense Eduardo Sciarra (DEM) criticou a decisão da Receita Federal de só liberar parte das restituições do Imposto de Renda no ano que vem. “É a primeira vez na história que o Leão do Imposto de Renda retém as restituições dos brasileiros. Isso não é reflexo da crise, é reflexo da farra com o dinheiro público. Nem a Receita Federal, uma instituição reconhecida pela sua seriedade, escapou da gastança promovida pelo atual governo”, condenou ele.


Crime
Filho do ministro da Agricultura, o deputado estadual Stephanes Júnior não poupou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, que em ação recente no interior de São Paulo derrubou cerca de 7 mil pés de laranja e destruíou 28 máquinas agrícolas na Fazenda Santo Henrique, localizada no município de Borebi. Segundo ele, a atitude dos sem-terra foi criminosa, e não colabora em nada com a reforma agrária. “Os seus líderes deveriam estar presos”, disse o parlamentar, que integra o PMDB do governador Requião, que tem no MST um dos principais aliados políticos no Estado.


 


Na trave
O Tribunal de Contas rejeitou ontem recurso da Câmara Municipal de Tibagi, contra reprovação das contas de 2004 e ordem para que os vereadores devolvam parcelas salariais recebidas acima do permitido, cuja soma ultrapassa R$ 54 mil. O presidente do Legislativo à época, Gerson João Teixeira, acumulou R$ 1.828,48 acima do permitido, enquanto cada um dos outros oito vereadores recebeu, também indevidamente, R$ 6.559,48 durante o exercício.


Alambrado
Em outra decisão, o TC determinou a devolução de R$ 3.807,65 pela Prefeitura de Cantagalo (Região Central). A quantia se refere à parcela de recursos estaduais, recebidos da Secretaria de Estado da Educação (SEED) em 2000, não aplicada na finalização de um alambrado da quadra de esportes do Colégio Estadual Olavo Bilac. Apenas 30% dessa obra foram concluídos. O ex-prefeito de Cantagalo (1997-2000), João Konjunski alegou no recurso que no local onde deveria ter sido edificado o alambrado foi construída a cobertura da quadra de esportes.


Agenda
Encerram-se no próximo dia 15 as inscrições para o Prêmio Nacional de Estatísticas Judiciárias promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) . Os interessados podem se inscrever na página de abertura do portal do CNJ, onde estão disponíveis o formulário de inscrição e o regulamento do concurso. O prêmio será distribuído em três categorias: órgãos judiciários; pesquisadores e jornalistas e outros profissionais de comunicação. Os trabalhos podem ser complementados com anexos em formato de texto, vídeo, apresentação, imagem ou quaisquer outros documentos. Podem participar integrantes do Poder Judiciário, pesquisadores, jornalistas e profissionais de comunicação de todo o país .


Em alta
Uma proposta aprovada na quarta-feirapelos presidentes dos tribunais federais prevê reajuste salarial de 80,17% aos servidores do Poder Judiciário. A remuneração inicial dos analistas, que hoje recebem R$ 6,5 mil, passará a R$ 11,8 mil.



Em baixa
O PSDB pretende pedir explicações formais ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, e ao secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, sobre a decisão de atrasar o pagamento da restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física.