Rio, 25 (AE) – o cantor e compositor Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha, de 99 anos, foi enterrado hoje, ao som de algumas de suas composições como “Carinhoso”, “Chiquita bacana” e “Touradas em Madri”. Ele morreu ontem (24), de infecção generalizada, e foi sepultado no mausoléu da família, no cemitério São João Batista, no Rio.

As comemorações de seu centenário, daqui a três meses, serão mantidas, disse o sambista Martinho da Vila, presente à despedida. O velório do compositor foi no Palácio Pedro Ernesto, onde funciona a Câmara dos Vereadores do Rio.

De cadeira de rodas a viúva, dona Astréa, com quem Braguinha foi casado por 68 anos, acompanhou o enterro, amparada pela filha única, Maria Cecília, netos e bisnetos. Familiares e admiradores se uniram numa salva de palmas na hora do enterro.

Martinho da Vila contou que na semana passada esteve com o compositor para tratar dos festejos pelos 100 anos do compositor, que seriam completados em 29 de março de 2007. “Vamos continuar mesmo sem Braguinha, numa homenagem. Ele seria o primeiro compositor brasileiro a atingir o centenário”, disse Martinho.

No dia de Natal, o velório de Braguinha não atraiu muita gente. Além de familiares, poucos fãs e personalidades passaram pelo Palácio Pedro Ernesto. Durante todo o dia, quem esteve por lá relembrou seus versos e melodias.

A cara do Rio – O governador eleito do Rio, Sergio Cabral Filho (PMDB), foi com o pai, o jornalista e pesquisador musical Sergio Cabral, cumprimentar a família. Os dois destacaram a identidade do compositor – carioca nascido na zona sul e criado na zona norte – com a cidade. “Braguinha é a cara do Rio”, lembrou Cabral, o pai.

O prefeito César Maia (PFL) também esteve no velório, depois de deixar flores na estátua do artista, na praia de Copacabana (erguida em alusão à sua música “Copacabana”, parceria com Alberto Ribeiro, de 1946). “Ele era um compositor completo”.

Flamboyant – Emocionada, a filha de Braguinha lembrou os bons momentos proporcionados por ele à família e ao público. “Ele me deu muita alegria, nunca me deu uma tristeza. Foi um homem da família, que viveu para minha mãe e para mim. E também alegrou a vida da povo.”