Alguns campi da Universidade Federal do Paraná (UFPR) amanheceram na última sexta-feira (28/07) com cartezes que bradavam contra o movimento LGBT e o feminismo. As imagens, publicadas pela própria instituição em sua página no Facebook, ganharam as redes sociais e já somam mais de 3 mil interações, sendo cerca de 500 comentários.

Mais do que o péssimo tom das mensagens, chama a atenção o debate em torno da postagem, na qual a UFPR lamentou a divulgação dos cartazes e repudiou a atitude discriminatória. “Não, isto não é liberdade de expressão. É agressão”, declarou em nota a instituição.

Nos comentários, um aluno recordou que esta não é a primeira vez que mensagens discriminatórias são divulgadas em cartazes espalhados pela instituição. Em maio de 2015, cartazes com ameaças de estupro foram afixados nas paredes do curso de Arquitetura e Urbanismo, no Centro Politécnico.

“Repudiar é importante mas não é suficiente né, UFPR? Não é de hoje que cartazes com agressões e opressões são expostos nas paredes da universidade e nada além de repúdio é feito. Ainda lembramos do cartaz em 2015 com ameaças de estupro e na época criam o programa conte conosco, que não funciona direito até hoje (se é que existe de fato). Queremos mais que repúdio em rede social, queremos um plano de enfrentamento as opressões na pratica, no dia-a-dia, para que nós não tenhamos que continuar abandonando a universidade por medo”, escreveu o estudante.

Boa parte dos internautas, contudo, defendeu o direito de alguém postar os cartazes com mensagens discriminatórias, em nome da “liberdade de expressão”. Outros foram além e apoiaram o próprio conteúdo das mensagens: “Em pensar que tô estudando pra entrar em uma Federal… só vale a pena por ser gratuita. Vejo pelos comentários que quem domina a instituição são as feministas e adoradores de Che Guevara e outros socialistas/comunistas. Isso que me desanima quando pego os livros. Se eu tivesse dinheiro passava longe!”, escreveu uma vestibulanda.

Confira a nota publicada pela UFPR:

Lamentavelmente estes cartazes foram encontrados pelas paredes de alguns campi da Universidade.

Não, isto não é liberdade de expressão. É agressão.

Que fique claro: a UFPR repudia qualquer tipo de atitude violenta, ofensiva, humilhante e discriminatória.