Apesar do governo ter dado por encerradas as negociações com as categoris em greve, algumas ainda tentam uma última tentativa de um acordo diferenciado. Os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), por exemplo, tentaram um último esforço para negociar a reposição e 15,8% escalonado até 2015, em reunião ontem, em Brasília.
Queríamos uma proposta diferenciada, com a definição da carreira como nível superior, em vez de ser tratada como de nível intermediário, explicou o presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais, Pedro Cavalcanti.. A categoria foi recebida pelo secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. O percentual de aumento oferecido aos policiais rodoviários foi igual ao proposto às demais categorias de servidores.
Com a negativa do govenro, os policiais estão propensos a não fechar acordo com o governo. Estamos mais dispostos a recusar. Esse reajuste oferecido não atende às necessidades da categoria, disse Cavalcanti. A decisão deve ocorrer em assembleias da categoria nos estados onde houve adesão à greve, inclusive no Paraná.
Contudo, Pedro Cavalcanti ressaltou que, se a categoria votar pela rejeição do acordo, a paralisação dos servidores, que atinge pelo menos 12 estados e 70% dos trabalhadores, deve acabar. Se o prazo se encerra no dia 31 (sexta-feira próxima), entendo que a greve não caberia após essa data.

Não gostamos da determinação de não negociação pelos próximos três anos. Se a economia crescer, gostaríamos de retomar as negociações, disse Cavalcanti. Os sindicatos têm até hoje para comunicar ao governo a decisão das bases. Os que não assinarem o acordo não terão aumento no ano que vem.
Docentes — Da mesma forma, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), enfatiza que pretende continuar a pressão sobre o governo federal pela reabertura das negociações.
Mesmo o acordo assinado com a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições de Ensino Superior (Proifes) — que representa uma minoria dos professores nas Instituições Federais de Ensino Federal (Ifes) — e o fim da greve em universidades importantes como a UnB e a UFRGS, não desanima o Andes.
O Ministério da Educação reafirmou, por meio da assessoria de imprensa, que não haverá reabertura de negociações relativas à proposta salarial e de carreira docente apresentada pelo governo federal e já firmada pela Proifes.
Fiscais — Os fiscais federais agropecuários decidiram ontem, manter a greve e recusaram, em assembleia, a proposta apresentada pelo governo. Apesar de verem avanço na oferta de ser adotada a remuneração na forma de subsídio, que corrige a atual situação de pagamento por salário e gratificações, a regra de entrada para o novo sistema foi considerada insatisfatória. Isso levou à decisão de manter o movimento iniciado no dia 6 de agosto. Os Fiscais Federais Agropecuários atuam na fiscalização, em todo o território nacional.