Roman Polanski ganhou os maiores prêmios do mundo. Oscar, Palma de Ouro, Ursos de Ouro e Prata, Globo de Ouro, César, Bafta. Fez filmes que pertencem à história – Armadilha do Destino, Repulsa ao Sexo, O Bebê de Rosemary, O Pianista, J’Accuse. Mas sua obra-prima é Chinatown, de 1975. Passa neste domingo, às 22h, no Telecine Cult.

Tornou-se difícil elogiar qualquer filme de Polanski, mesmo os “clássicos”, face às acusações de estupro, abuso contra ele. Como se não bastassem as antigas, surgiram novas. De que maneira o comportamento do homem compromete a obra do artista? Pode anulá-la?

Todas essas questões são legítimas, mas já estavam no ar desde 1970 e não impediram que Chinatown fosse aclamado na época. Concorreu a 11 Oscars, ganhou só o de roteiro original (Robert Towne). Contratado para localizar um homem que desapareceu, o detetive J.J. Gittes/Jack Nicholson se envolve com a sexy Evelyn Mulwray/Faye Dunaway. Descobre a especulação imobiliária em Los Angeles. Descobre principalmente a figura sinistra de Noah Cross, interpretado pelo grande diretor John Huston. É um monstro incestuoso.

Por meio do trio, Polanski reinterpreta a tradição noir e aborda seu tema por excelência – a mulher perdida, reencontrada, perdida de novo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.