O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu dez novos pedidos de reconsideração da decisão que manteve autorização para abertura do comércio nos dias 1º e 29 de outubro, respectivamente primeiro e segundo turno das eleições 2006. A autorização, concedida no último dia 25, foi confirmada  na quinta-feira, após questionamento pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio.

Agora, a decisão está sendo novamente questionada  por sindicatos e federações representando trabalhadores do Rio Grande Sul, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará e Piauí. Os sindicatos alegam preocupação com o exercício do voto pelos  trabalhadores, uma vez que muitos comerciários trabalham longe do local de votação.
Na quinta-feira, ao apreciar os dois primeiros  pedidos de reconsideração, os ministros do TSE entenderam não haver motivo para proibir o funcionamento do comércio, mas reafirmaram que os estabelecimentos que abrirem as portas terão que proporcionar, aos funcionários, condições de votar. O presidente do tribunal, ministro Marco Aurélio Mello, destacou que “ninguém está compelido a abrir” no próximo domingo.

Ainda assim, inconformados com a decisão, cerca de 50 trabalhadores do comércio fizeram manifestação em frente ao TSE, nesta sexta-feira.  “O trabalhador está entre a cruz e a espada. Se ele deixar de votar, é multado pelo tribunal. Se votar e não for trabalhar, pode perder o emprego. O Tribunal Superior  Eleitoral colocou 10 milhões de eleitores em situação muito complicada”, sintetizou  a secretária–geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comércio e Serviços, Geralda Godinho.