Os sites de compartilhamento de vídeo vem buscando nichos abandonados pelo popular site YouTube. Com mais de 25 milhões de visitantes no último mês, desde a sua criação, em 2005, o YouTube vem banindo nudez e retirado material protegido por direitos autorais diante de denúncias de companhias do setor de entretenimento. “Deixar as pessoas fazerem o que bem entendem é um dos caminhos seguidos por sites menores para diferenciá-los dos demais”, afirmou o analista da Forrester Research, Josh Bernoff. Os internautas estão migrando para o Stickam (pronuncia-se “stick-cam”), baseado em Los Angeles e fundado pela Advanced Video Communications, (www.stickam.com), o londrino LiveLeak (www.liveleak.org), que tem se posicionado como uma fonte “livre” da realidade, abrigando diversas cenas de batalhas no Iraque, por exemplo, ou para o parisiense Dailymotion (www.dailymotion.com), foram encontradas horas de material protegido por direitos autorais (copyrighted): episódios inteiros de “Heroes” (NBC) e “Without a Trace” (CBS), gravações de concertos inteiros dos Beatles, além de muita nudez.

A gigante
A locadora Blockbuster informou ontem que, ao fim de 2006, a empresa contabilizava 2,2 milhões de sócios on-line — incluindo 2 milhões de assinantes pagantes. O chairman e presidente-executivo da Blockbuster, John Antioco, justificou o sucesso ao plano “Blockbuster Acesso Total” (que dá aos clientes on-line a opção de devolver DVDs por correio, por exemplo). O anúncio vem em meio à intensa competição da empresa com a locadora on-line Netflix, que havia previsto superar os 6 milhões de assinantes no fim do ano passado.

Para adolescentes
O Second Life já conquistou mais de 2,3 milhões de usuários, mas não é o único site a oferecer um universo virtual aos internautas. A comunidade virtual Taatu (www.taatu.com) propõe uma nova forma de rede social em um ambiente inteiramente personalizável. Muito mais simples do que o Second Life, o Taatu é voltado principalmente para o público adolescente. Criado no final de 2005, o Taatu, baseado na Bélgica, é uma comunidade virtual destinada, sobretudo, a desempenhar o papel de “um lugar de encontro” entre internautas francófonos (que falam o idioma francês). No mês de dezembro, o site contava com 75 mil usuários (40% belgas e 36% franceses, entre outras nacionalidades). Com acesso gratuito — e com adesão bem mais fácil do que o Second Life, pois não precisa de qualquer instalação —, o Taatu é muito mais leve para rodar, funcionando em navegadores Firefox e Internet Explorer.

Contribuições de usuários
As empresas de mídia tradicionais devem buscar benefícios com a explosão de conteúdo gerado por usuários — vista mais como uma oportunidade de negócios, apesar de as receitas potenciais serem limitadas —, diz um relatório da consultoria Deloitte. O fenômeno de contribuição de fotografias, vídeos e blogs afetou a indústria de mídia em 2006 com sites na internet como o YouTube e não deve mudar. Nos últimos meses, as manchetes mostravam que a mídia tradicional vem perdendo influência em relação ao consumidor. Mas Howard Davies, diretor de estratégia de mídia da Deloitte, afirmou que a imprensa e a TV vêm alterando sua visão sobre como a prática vem se desenvolvendo.

Em maus lençóis
A polícia da Hungria lançou uma busca entre seus próprios funcionários atrás de dois homens com uniforme da polícia cuja dança hip-hop foi divulgada no site de vídeos YouTube e em sites de mídia local. Não estava claro se os dois, vistos girando e fazendo gestos obscenos, eram de fato policiais. O vídeo de 55 segundos aparece no Youtube com o título “Bajai hip-hop”, referindo-se à cidade de Baja, na região central da Hungria (http://www.youtube.com/watch?v=Jw5NhDVFmt8). “Isso começou como uma coisa engraçada, mas agora estamos sendo questionados sobre isso”, afirmou o porta-voz da polícia Tamas Nyikos à Reuters. Se eles forem membros genuínos da força policial, seus comandantes decidirão se eles quebraram alguma regra e se serão punidos, afirmou o porta-voz.