Interessante é que este ano todos os cinco indicados a Melhor Diretor também são os cinco cineastas que assinam os cinco indicados a Melhor Filme. A estatueta desta categoria deverá ficar ou com Danny Boyle, por Quem quer ser um milionário? , mas seria muito justo se fosse para David Fincher, de Benjamin Button. Ambos são cineastas jovens, que vêm de trabalhos muito elogiados. Boyle, do ótimo e divertido Trainspotting e Cova Rasa. Fincher traz no currículo Clube da Luta, Seven e Zodíaco. Stephen Daldry, de O Leitor, dirigiu o cultuado e emocionante As Horas. Gus Van Sant tem se pautado por temas polêmicos, em obras densas e originais como Drugstore Cowboy e Elefante. Dos cinco, o mais fraquinho é Ron Howard (de Frost/Nixon), que já levou um Oscar por Uma Mente Brilhante. Só para lembrar: Alfred Hitchcok e Stanley Kubrick nunca foram premiados como diretores pela Academia. Na categoria de Ator, o páreo é duríssimo. Mas a se confirmar o entusiasmo da crítica americana com Mickey Rourke, por sua atuação em O Lutador, ninguém tira dele a estatueta. No filme sobre um lutador de luta livre decadente e sua dificuldade em lidar consigo mesmo e com os que ama, ele dá vida a um personagem que no fundo é ele mesmo. Um sujeito que saiu da glória à decadência, tema que sempre sensibiliza os membros da academia. Mas o Milk de Sean Penn é soberbo, perfeito, sublime, o que deixa a disputa em aberto.