JOSÉ MARQUES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba, disse nesta terça (24) que entidades da sociedade civil lançarão um novo pacote anticorrupção.
Ele não nomeou as entidades, mas disse que o pacote englobaria mais de 100 propostas com melhorias na transparência pública, nas regras das licitações e no sistema político-eleitoral.
“A mudança está nas suas mãos. Está nas mãos da sociedade. Se a maioria do Congresso atual não aprova o pacote anticorrupção, então basta que a sociedade coloque lá em 2018 alguém que vai aprovar”, defendeu, em evento promovido pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
Deltan tem sido abordado por partidos políticos com interesse em tê-lo como candidato. A assessoria do Ministério Público Federal tem dito que nenhum dos procuradores irá se filiar ou concorrer às eleições de 2018.
Ao contrário do pacote anterior, de dez medidas contra a corrupção, que foi submetido ao Congresso com 1,2 milhão de assinaturas, o novo conjunto de propostas não conta com um abaixo-assinado.
“A estratégia agora não é mais coletar assinaturas, mas sim escolher os candidatos a senadores e deputados que tenham passado limpo e que apoiam esse pacote anticorrupção”, afirmou.
O pacote com as 10 medidas foi criticado por advogados e, ao chegar ao Congresso, acabou sendo desfigurado. Já o novo pacote, segundo Deltan, aproveita grande parte do anterior, mas “abandona algumas medidas que foram muito criticadas, mais polêmicas”.