Deputados que acompanham de perto a discussão sobre o pacote tributário do governo Requião já não tem dúvidas de que o objetivo da proposta é garantir o aumento da carga e a elevação da receita do Estado. Segundo eles, os números mostram que nos últimos dois meses a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) vem caindo assustadoramente, e essa queda deve se acentuar a partir do primeiro semestre do ano que vem, quando os efeitos da crise econômica chegarem de vez ao Estado.

A estratégia do governo é confundir a opinião pública acenando com a redução do ICMS sobre bens de consumo, ao mesmo tempo em que garante o aumento do imposto para itens essenciais como energia elétrica, gasolina e telefone. O detalhe é que com a crise, fatalmente o consumo vai se retrair no ano que vem, pois muitos consumidores terão adiar suas compras. Já a fatura de energia ou de telefone, bem como a gasolina, não há como não pagar, já que o imposto vem embutido na conta, o que garante a manutenção dos níveis de arrecadação do governo.