Outro Dia
È agradável o segundo trabalho do carioca  André Rafael, Na Manhã de Outro Dia. No currículo ele tem a  banda Rotnitxe (com Tom Capone) e trabalhos com Marcelo Bonfá, como produtor. A primeira parte do álbum  tem uma  levada meio Tim Maia Racional, que lembra também Roberto Carlos da fase “Jesus Cristo”, mais “negra” e  funqueada, notadamente a faixa 4,  “Dúvida”.
O disco passeia por várias levadas, a timbragem cria um clima  acolhedor, mas  no final tem-se a sensação de  redundância. Tem umas  baladas tão baba, tão lugares comum, que poderiam ser dispensadas. www.andrera-
fael.com.br.

Bossa Project
Em época de evidência dos nomes fortes do estilo, o Bossa Project, de Bettina e Eddy Marcos, soa  pausterizado. Bem gravadinho, produzido e tal, mas soa como música de elevador, em um sentido nada estimulante..
A proposta foi rearranjar canções pop de diferentes épocas e estilos com “uma cara brasileira”.Ela tem boa voz, os músicos são bons, mas falta vida.

Ó do Borogodó toca Altamiro Carrilho
Mais conhecido como instrumentista, o também compositor Altamiro Carrilho ganhou do grupo paulistano  Ó do Borogodó uma bela homenagem. Ó do Borogogó Interpreta Altamiro Carrilho  é uma delícia de se ouvir.  O lançamento da Lua Discos, estréia do grupo, faz um apanhado das composições do  flautista, passeando por vários momentos de sua trajetória. Lula Gama (violão), Ildo Silva (cavaquinho), Alexandre Ribeiro (clarinete) e Roberta Valente (pandeiro)  e scolheram  14 composições,  convidaram vários parceiros e surpreendem. Bem ao clima das rodas de choro,  verdadeiras lendas vivas do gênero desfilam em alto estilo. Entre estes, os irmãos Izaías do Bandolim e Israel Bueno (violão), Stanley Carvalho (clarinete), João Macacão (violão de 7), João Poleto (sax) e Zé Barbeiro (violão). Um ponto alto é a participação do homenageado na inédita “Não Resta Dúvida”. Outra,  é ”Meu Sonho é Você”, com João Macacão tocando violão sete cordas e, de quebra,  cantando lindamente, bem ao estilo “época de ouro dos cantores brasileiros”, esbanjando competência. Mas, o disco é cheio de bons momentos e é um ótimo exemplo de que “tocar muito” e ter bons arranjos não necessariamente gera um resultado sem vida.  O fluminense Altamiro Aquino Carrilho iniciou a carreira no Rio de Janeiro, em programas de calouros, como o de Ary Barroso e a
companhou cantores como Vicente Celestino, Orlando Silva e Francisco Alves.  Experimentou  música erudita, tocando um concerto de Mozart  e  é um dos responsáveis pela redescoberta do choro, na década de setenta. Aos 83 anos, continua atuando em gravações e shows pelo Brasil. (Adriane Perin)