NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) adiou novamente a previsão de início das operações das usinas hidrelétricas do rio Tapajós, os maiores projetos hidrelétricos do país após a usina de Belo Monte.
A informação consta do Plano Decenal de Energia (PDE) 2024, que foi colocado hoje em consulta pública pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
O documento adia também, em um ano, o início das operações da usina nuclear de Angra 3, hoje com as obras paralisadas por divergências entre a Eletrobras e o consórcio responsável.
A usina São Luiz do Tapajós foi adiada para 2021. Com potência de 8040 megawatts (MW), o projeto tem enfrentado uma série de dificuldades no processo de licenciamento ambiental, relacionadas principalmente aos impactos em comunidades indígenas na região.
O governo pretendia leiloar o projeto no final do ano passado. Em evento recente, o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, admitiu que a concorrência ficará para 2016.
O PDE é atualizado anualmente, de acordo com as variações do cenário macroeconômico e com o ritmo de leilões de novos projetos de geração de energia. Na última versão, São Luiz do Tapajós entraria em operação em 2020.
A outra usina do Tapajós, Jatobá, foi adiada em dois anos em relação ao plano anterior, e ficou para 2023. O projeto prevê potência instalada de 2.338 MW.
A projeção de início das operações de Angra 3, foi postergada de 2018 para 2019. A usina terá potência de 1.405 MW.
INVESTIMENTOS
O plano prevê investimentos de R$ 1,4 trilhão no aumento da oferta de energia no país nos próximos 10 anos e uma ampliação da capacidade de geração de energia no país em 73 mil MW. Cerca de metade da geração se dará por fontes renováveis, diz a EPE.
O documento estima ainda que o Brasil produzirá 5 milhões de barris de petróleo ao fim do período, com um excedente exportável de 2 milhões de barris por dia.