A comédia musical Farsa da Boa Preguiça, de Ariano Suassuna, é a atração de sábado e domingo, às 21 horas no Teatro Positivo.  O espetáculo conta com a direção de João das Neves, um dos fundadores do “Grupo Opinião” e que esse ano completa 50 anos de carreira. No elenco de protagonistas, Guilherme Piva, Bianca Byington e Ernani Moraes. Juntam-se a eles os atores Daniela Fontan, Leandro Castilho, Vilma Melo, Fábio Pardal e Francisco Salgado.

A peça, indicada para todas as idades, inclusive jovens e adolescentes, narra a história de Joaquim Simão (Guilherme Piva), poeta de cordel, pobre e “preguiçoso”, que só pensa em dormir. Joaquim é casado com Nevinha (Daniela Fontan), mulher religiosa e dedicada ao marido e aos filhos. O casal mais rico da cidade, Aderaldo Catacão (Ernani Moraes) e Clarabela (Bianca Byington), possui um relacionamento aberto. Aderaldo é apaixonado por Nevinha e Clarabela quer conquistar Joaquim Simão. Três demônios fazem de tudo para que o pobre casal se renda a tentação e caia no pecado, enquanto dois santos tentam intervir. Jesus observa e avalia tudo. A partir daí, situações inusitadas e muito divertidas fazem deste texto uma das peças mais divertidas do teatro brasileiro.  “Ao encenar esse texto queremos reverenciar o mestre Ariano Suassuna e sua obra. Queremos celebrar, com carinho e alegria, aquilo que somos: artistas do povo brasileiro”, resume João das Neves, diretor do espetáculo.

A música está presente em todo espetáculo Com um texto rimado, característica muito presente nas obras de Ariano, Alexandre Elias, diretor musical da montagem, musicou vários momentos do espetáculo. Entre eles a música de abertura, composta pelo próprio João das Neves. Segundo Alexandre, são 15 músicas no total. “A sonoridade que estou construindo para o espetáculo é a que encontramos no universo do Ariano, uma mistura de musica nordestina de raiz, música folclórica, e, como não poderia deixar de faltar, música armorial. Essa música armorial é uma mistura da música nordestina de raiz com música medieval e clássica”, explica Elias.  A partir disso, o diretor pediu para que os próprios atores cantassem, dançassem e tocassem diversos instrumentos, como violão, cavaquinho, percussão, entre outros.
Leandro Castilho e Flavio Pardal, inclusive, aprenderam a tocar rabeca com o mestre Daniel Bitter. E tiveram o privilegio de terem seus instrumentos construídos pelo famoso Nelson da Rabeca.